quarta-feira, 20 de março de 2013

A LINHA DA FRENTE: OBJECTIVOS DA SUA CRIAÇÃO

A Linha da Frente foi a primeira forma de Coordenação e Integração Regional formalmente reconhecida dos países da África Austral e visava a Mobilização e Cooperação de esforços para fortalecer os Movimentos de Libertação Nacional que lutavam contra a opressão colonial na regão.

A 15 de Fevereiro de 1965 os presidentes da Tanzânia (Julius Nyerere), e da zâmbia (Kenneth Kaunda), reuniram-se em Lusaka (capital da Zâmbia) para analisar a situação política na Rodésia do sul (contra o plano da minoria branca de proclamar unilateralmente a independência do território).

A reunião de lusaka marcou o nascimento e o inicio da actividade da linha da frente. Só em 1969 foi utilizada pela primeira vez a expressão PLF.

Em Abril de 1977, os presidentes Agostinho Neto, de Angola, Samôra Marchel, de Moçambique, Seretse Khana, do Botswana, Julius Nyerere, da Tanzânia e Kenneth Kaunda, da Zâmbia, reunidos em Lusaka, intensificaram  esforços e criaram um novo dinamismo para a Linha da Frente, no sentido de rapidamente conseguir-se resultados na luta que visava o derrube do colonialismo e do apartheid na sub região da África Autral. 

Os países da Linha da Frente, uniram esforços no sentido de travar as acções de desestabilização militar, desencadeadas pelo regime do Apartheid da África do Sul contra os países independentes da região.

A Linha da Frente, tinha por objectivo a libertação total dos povos e territórios oprimidos e sob dominação política, económica e social na África Austral.

A independência do Zimbabwe foi sem dúvidas uma victória do movimento da Linha da Frente:

Solidificada a organização, os estados independentes da região sentiram a necessidade de se engajarem no seu desenvolvimento socio-económico, com vista à irradicação da pobreza dos países e povos da região. Foi assim que, resolveram criar à 1 de Abril de 1980 em Lusaka a Conferência para a Cooperação de Desenvolvimento da África Austral (SADCC), cujo objectivo era tornar a região forte economicamente e livre da dependência economica que alguns países tinham da África do Sul.

Na Cimeira de 17 de Agosto de 1992 em Windhoek, os chefes de estado e de governo da região, livre do colonialismo, não obstante a guerra civil, que ainda se fazia sentir em alguns países da região (Angola e Moçambique), a Conferência para a Coordenação e Desenvolvimento da África Austral (SADCC) , deu lugar a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com o objectivo de promover a paz, reduzir a pobreza, melhorar o nivel de vida na região, fomento da cooperação nas estratégias económicas etc...

terça-feira, 19 de março de 2013

A INGERÊNCIA SUL AFRICANA NOS PROCESSOS POLÍTICOS DA REGIÃO - SUAS CONSEQUÊNCIAS

Apartir dos finais dos anos 70 do século XX, assiste-se com grande intensidade a invasão dos territórios de Angola, Zâmbia e de Moçambique por parte das forças de elite sul africanas.

As ofensivas sul-africanas aos territórios vizinhos tinham por objectivo conter as ofensivas das forças nacionalistas do Sudoeste Africano(Namibia) e da África do Sul, nomeadamente a Swapo (braço  armado da Namibia) e o ANC (braço armado da África da África do Sul, apoiados por Angola e pela maioria dos países da África Austral, pertencentes à organização da Linha da Frente.

A África do Sul desenvolveu inúmeras acções de desestabilização contra os países da região, com a cumplicidade e apoio de países ocidentais, com particular destaque os EUA...

 O regime de apartheid criou unidades militares especificamente para desestabilizar países vizinhos, como foram os casos do Batalhão Bufalo, também conhecido 32º Batalhão, os Comandos de Reconhecimento, o Destacamento Especial Sul Africano, o 44º Batalhão de Para-quedistas e os Cofutes (tropas de origem Namibiana - dócil ao regime do apartheid).

Na década de 80, as tropas Sul-Africanas ocuparam um vasto território nas províncias do Cunene e do Kwando Kubango, com o objectivo de manter os países da região, particularmente Angola, sob continua pressão militar, no sentido do então governo da república popular de Angola ceder, permitindo a retirada das tropas Cubanas que lado a lado com as forças armadas populares de angolanas (FAPLA),  combatiam as forças Sul Africanas...