segunda-feira, 29 de outubro de 2018

Reter ideias essenciais sobre: AS SOCIEDADES OCIDENTAIS EM TRANSFORMAÇÃO


     RETÉM AS IDEIAS ESSENCIAIS

*No período do pós 2ª Guerra Mundial verificou-se um alargamento do sector terciário e, como consequência, o crescimento das classes médias.
*A melhoria da qualidade de vida e a construção de uma sociedade de bem-estar são reflexo do desenvolvimento económico e das políticas de estado-providência das décadas de 1950-60.
*A sociedade de abundância, apoiada nas técnicas de marketing, gerou um ciclo vicioso de consumismo (consumo excesso) pondo em causa o equilíbrio ambiental.
*Na década de 1960 desenvolveram-se vários movimentos de juventude, que contestavam os valores burgueses e a sociedade de consumo. As minorias também desenvolveram movimentos de luta pela igualdade de direitos.


terça-feira, 23 de outubro de 2018

A AJUDA DOS PAÍSES DESENVOLVIDOS


DOAÇÕES, EMPRÉSTIMOS, INVESTIMENTO

Devido à complexidade das situações vividas nos países subdesenvolvidos e a circunstâncias do comércio internacional, nem sempre as ajudas resultaram, originando por vezes outros problemas que acabaram por constituir novos obstáculos ao processo de Desenvolvimento dos países que as recebiam. As ajudas podem ser: Doações, Empréstimos e Investimentos direitos. Para alguns dos países mais pobres, os PMA, (país menos avançados) o auxílio traduzido em doações constitui a principal
As ajudas prestadas pelos países desenvolvidos aos países em vias de desenvolvimento surgem a partir das décadas 1960/70, influenciadas pela teoria de que o desenvolvimento destes países se a partir do crescimento do PIB.
Perante o fracasso nas políticas económicas de desenvolvimento seguida por alguns ao mundo desenvolvido intensifica as suas ajudas, quer em termos financeiros, quer em ter materiais, sobretudo ajudas alimentares.
Ajuda ao desenvolvimento pode ainda funcionar como agente de disseminação do conhecimento, através do financiamento de programas de colocação de estudantes em escolas e universidades de países desenvolvidos e ao voltarem para os seus países como trabalhadores qualificados, são importantes agentes de desenvolvimento.
CAUSAS DA AJUDA
A ajuda dos países desenvolvidos aos PMA tem desempenhados um papel importante no desenvolvimento e transformação dos países subdesenvolvidos, permitindo que cresçam a taxas mais elevadas, obtendo ganhos sociais e combatendo a pobreza.
As principais causas da ajuda aos países do Terceiro Mundo são as seguintes:
*compensar as elevadas dívidas externas que estes países possuem, devido aos défices comerciais elevados;
*melhorar o nível de vida das populações desses países, o que geralmente envolve projetos de grande envergadura, mas que, na realidade, acabam por beneficiar poucas pessoas (ex. construir um aeroporto internacional…);
*ajudar as populações afectadas por catástrofes naturais ou por situações desastrosas induzidas pelo homem (ex. guerras, desertificação…).
Os defensores das ajudas argumentam ainda com o seguinte:
*são uma obrigação das antigas potências coloniais, que assim repõem parte da riqueza extraída das antigas colónias;
*permitem aos países em desenvolvimento queimar etapas no caminho para o desenvolvimento;
*constituem um dever um dever moral de solidariedade dos ricos para com os pobres;
*favorecem a criação de postos de trabalho, quer nos países beneficiários, quer nos doadores;
*estimulam o comércio e criam novos mercados.

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

MPLA: É URGENTE JUNTAR OS CACOS E RESTAURAR A HISTÓRIA



Por mais que se tente ao longo dos tempos branquear os feitos de um homem ou de um povo ..., os vários vestígios históricos irão no possível clarificar para bem de todos nós a realidade histórica! A história do nosso povo está sendo feita com muita nebulosidade. Continuaremos a espera no breve, do juízo da História.
A história é história, porque ela parte da profunda investigação, tendo como suporte outras ciências auxiliares a ela. É preciso deixarmos as paixões partidárias de lado e irmos ao encontro da verdadeira ciência histórica, procurando de maneira desapaixonada retratar e reconhecer os feitos de figuras (bons e maus) que marcaram a história da emancipação política do nosso povo. Não nos podemos esquecer, de que algumas elites que protagonizaram a criação dos Movimentos de Libertação, pertenciam a um grande núcleo de assimilados da época... A verdadeira história do nacionalismo angolano também está intrinsecamente ligada à figuras como Mário Pinto de Andrade,Viriato Clemente da Cruz, Eduardo Macedo dos Santos, Matias Migueis, José Miguel ..., reais expoentes da génese do MPLA e considerados pilares da independência de Angola, pois contribuíram com o seu saber e persistência na luta contra o colonialismo... Infelizmente a direcção do MPLA teimosamente não se pronuncia de modo oficial acerca da dimensão política destas personalidades e no particular o facto de terem sido aqueles que iniciaram o MPLA.
A promoção política do MPLA, primeiro em Conakry e depois em Léopoldville (Kinshasa) em 1962, deveu-se grandemente ao contributo inquestionável de Viriato da Cruz, co-fundador e então secretário geral do MPLA. O afastamento destes notáveis do seio do Movimento por eles edificado, abalaram as estruturas do Movimento, com destaque, a Revolta Activa e a Facção Leste (1974), para mais tarde já na Angola independente, uma nova hecatombe - o Fraccionismo, uma facção surgida no seio do MPLA  liderada por Nito Alves e que levou o país num banho de sangue e numa pulga sem precedentes na história de Angola como país. 
Neste contexto falar da história do MPLA e do nacionalismo angolano sem falar destes ícones e de todos os passivos da nossa história, é adiar a genuína pacificação de Angola e dos angolanos... os passivos da nossa história não devem ser escamoteados, preservando assim as futuras gerações de angolanos de novas discórdias e flagelos de guerras.         


segunda-feira, 16 de julho de 2018

AS TENTATIVAS DE SOLUÇÃO NEGOCIAL DO CONFLITO INTERNO


 AS TENTATIVAS DE SOLUÇÃO NEGOCIAL DO CONFLITO INTERNO

As transformações que começaram depois de 1985 na URSS, com a eleição de Mikhail Gorbachev, levaram ao abrandamento da Guerra Fria e do clima de conflitualidade entre os países Ocidentais e os países de Leste, criando assim perspectivas para uma solução pacífica (negocial) do conflito regional que opunha a República Popular de Angola à África do Sul. Neste contexto a tensão militar foi transferida para a fronteira norte, onde a R.D.C. ex-República do Zaire, se tornava receptora do material militar enviado pelos EUA à UNITA. Foi neste clima, que no ano de 1989, o presidente da República do Zaire, Mobutu, reuniu em Gbadolite com José Eduardo dos Santos e Jonas Malheiro Savimbi na presença de vários estadistas africanos. A reunião produziu um acordo de cessar-fogo declarada em 24 de Junho, que nunca viria a entrar em vigor.

 O  Acordo de Gbadolite
A busca pelo Acordo de Gbadolite contou com o grande engajamento do presidente Mobutu, que depois da reunião de kinshasa de 27 de Abril de 1989, volta a encontrar-se com eduardo dos santos durante a Cimeira de Luanda à 16 de Maio de 1989, que reuniu também os presidentes Keneth Kaunda (Zâmbia), Omar Bongo (Gabão), Manuel Pinto da Costa (S.Tomé e príncipe)Denis Sassou Nguesso (Gabão), Robert Mugabe (Zimbabwé), visando encontrar uma solução negocial para a crise angolana
Nesta ocasião o presidente José Eduardo Dos Santos (governo de Angola), entrega ao mediador (pres. Mobutu) um Plano de Paz para Angola, que era mais um processo de rendição da UNITA, ao que um processo de reconciliação. A UNITA pretendia a revisão da Constituição e a realização de Eleições Gerais em, Angola e o governo angolano pretendia a manutenção das estruturas e instituições do estado. As duas partes estavam desavindas. Na verdade, quer a UNITA, assim como o governo não conheciam os Planos de Paz um do outro.
O plano de Paz do governo assentava nos seguintes pontos:
1º Respeito pela Constituição e pelas principais leis da República Popupar de Angola;
2º Cessação de todas interferências externas nos assuntos internos de angola;
3º Integração da UNITA nas instituições da República Popular de Angola;
4º Aceitação do afastamento voluntário e temporário de jonas Savimbi da cena política angolana.
Estes pricípios não foram partilhados Jonas Savimbi, que rejeita uma integração e o seu afastamente da vida política angolana e no caso, a sua organização não se encontrava militarmente debilitada.
No final da Conferência de gbadolite foi lavrada um documento com os seguintes pontos:
1º A vontade de todos os filhos de Angola de porem fim a Guerra e de proclamarem perante o mundo a reconciliação nacional;
2º A cessação de todas as hostilidades, assim como a implantação do cessar-fogo, que entraria em vigor às zero horas do dia 24 de Junho de 1989;
3º Constituição de uma Comissão encarregur de estabelecer as modalidades de aplicação deste Plano que visa a reconciliação sob a mediaçáo a mediação do presidente do Zaíre.
Foi neste espírito e na presença de 22 chefes de estado e de Governo de África, que se realizaram em Gbadolite (Rep do Zaíre) a Cimeira de Gbadolite, que teve lugar em 22 de Junho de 1989.
Gbadolite foi assim uma das tentativas africanas no sentido de se resolver o conflito interno angolano por via do diálogo. Foi efectivamente o primeiro aperto de mãos entre o presidente  angolano e o líder da UNITA, Jonas Savimbi.

 Os Acordos de Nova York
Foram assinados os Acordos de Nova Iorque em 22 de dezembro de 1988, que permitiram a cessação das hostilidades militares entre Angola e a África do Sul, a retirada das forças sul-africanas que ocupavam o sul de Angola desde 1982 e o início da descolonização da Namibia, assim como o processo de democratização da África do Sul.
Estes Acordos alteraram de maneira positiva o cenário militar e político em Angola e na África austral. O regime do Apartheid reconheceu a sua insustentabilidade e enveredou por um processo de abertura política e de democratização.
A solução do problema passava pela retirada das forças militares estrangeiras do solo angolano. Assim, a partir de 1982, o governo sul africano começa a condicionar o cumprimento da resolução 435/78 com a retirada das tropas cubanas de Angola. Este é um dos elementos que explica a razão de ser das conversações quadripartidas entre Angola, Cuba, África do Sul e Estados Unidos da América, que culminaram com os acordos de Nova Iorque a 22 de dezembro de 1988.
A África do Sul garantiu respeitar a soberania e a integridade territorial de Angola e que não permitiria que seu território e território sob seu controlo fossem  utilizados para ameaças ou actos de violência contra Angola. E Angola, por sua vez, faria o mesmo em relação a Namibia. As tropas cubanas sairiam de Angola segundo um calendário pré estabelecido até 1991.
A Assembleia Geral da ONU aprova a resolução 435/78 sobre a independência da Namibia, estipulando um processo de transição de quatro etapas:
1º Cessar-fogo, desmobilização parcial das forças sul-africanas e restrições as bases de ambos os lados;
2º Revogação de toda a legislação discriminatória e politicamente restritiva ;
3º Libertação de todos os presos políticos e o regresso de refugiados e exilados, seguida da realização de eleições nacionais livres   após o período de campanha convencionado;
4º Promulgação da Constituição e declaração de independência para superintender todo esse processo e assegurar a fiscalização das orientações da Assembleia Geral.

  Os acordos de Bicesse
Em Abril de 1990 realizaram-se em Évora, no sul de portugal, conversações secretas entre as delegações do MPLA (governo de Angola) e da UNITA. Essas negociações prosseguiram até Maio de 1991, sob a presidência de portuguesa e com a presença, na qualidade de observadores, de representantes dos Estados Unidos, da União Soviética e das Nações Unidas. Finalmente a 31 de Maio de  1991, uma semana depois da retirada dos últimos cubanos de Angola, o governo de Angola (MPLA) e a UNITA assinaram um acordo em Bicesse, perto de Estoril, nos arredores de Lisboa.
O Acordo de Bicesse tinha em vista a criação de um exército nacional unificado a partir das forças militares dos dois adversários, um cessar-fogo, o aquartelamento das tropas da UNITA, a formação de novas Forças Armadas, a desmobilização da tropa não requerida, a restauração  da administração do estado em áreas controladas pela UNITA e as Eleições Multipartidárias e presidenciais.
As Eleições foram realizadas em Setembro e Outubro de 1992, tendo sido consideradas pela comunidade internacional de livres e justas, mas que perderam o seu sentido quando savimbi em nome da UNITA recusou aceitar a vitória, por estreita margem, de José Eduardo dos santos e do MPLA.
A UNITA voltava assim, à guerra.

sábado, 21 de abril de 2018

ANGOLA- A ABERTURA AO ATLÂNTICO; IMPACTO INIAL



A sociedade colonial portuguesa teve o seu início com a chegada dos portugueses no Reino do Congo, nos finais do século XV (1482) caracterizada por uma dominação colonial.
A dominação foi feita em 2 fases:
1º PENETRAÇÃO – A penetração é a fase que vai desde a chegada do português Diogo Cão na Foz do rio Záire até vésperasde 1575.
2º OCUPAÇÃO – Esta fase teve início  em 1575, com a fundação da capitania de São Paulo de Loanda, hoje cidade de Luanda, pelo capitão português Paulo Dias de Novais e termina a 11 de Novembro de 1975 ano da ploclamação da independência de Angola.
RAZÕES QUE CONDICIONARAM E INFLUENCIARAM NA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO ANGOLANO:
·        Interesses económicos (necessidades de matérias primas, mercados e áreas de investimentos );
·        Motivos políticos (vontade de afirmar o seu poder e força militar através da ocupação de regiões e zonas estratégicas);
·        Razões ideológicas (desejo de divulgar a cultura europeia junto dos africanos.

4.1- O CONGO E OS PORTUGUESES
Os portugueses chegaram acidentalmente ao reino do Congo em 1482, comandados por Diogo Cão e na expectativa de chegar a Índia. A segunda viagem de Diogo Cão ao reino do Congo foi em 1484. Os navios portugueses chegaram ao reino do Congo pelo porto de Mpinda. Contactaram com os habitantes do Soyo e com o próprio Mani Soyo. Assim se teve a notícia, pela primeira vez no Congo da existência de europeus vindos de um reino chamado Portugal.
Os primeiros contactos estabelecidos eram relações de amizade, relações comerciais e diplomáticas. Em 1489 foi enviada para Portugal o primeiro embaixador do Congo (relações de amizade, comerciais e diplomáticas).
O Ntotela, rei do Congo Nzinga Nkuvu, foi baptizado em 1491 em Mbanza Congo, tendo adoptado o nome cristão de D. João I do Congo. Muitos bakongos foram mandados para Portugal, para receberem instrução portuguesa.
O objectivo preconizado pelos portugueses no reino do Congo eram:
·        Manter relações comerciais com o reino e consolidar a sua conquista;
·        Converter aquele reino ao cristianismo, permitindo assim a sua expansão.

4.2- O INÍCIO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS: O PAPEL DOS COLONOS DE SÃO TOMÉ E OS NOVOS RUMOS DA ESCRAVATURA

Desde 1493 procedera-se ao povoamento da Ilha de S. Tomé por degradados desterrados portugueses. Este povoamento vei promover contactos mais frequentes dos portugueses com a costa ocidental Africana, tendo em vista fornecer à Ilha a mão-de-obra necessária ao cultivo da cana-de-açucar e mais tarde, a produção do cacau.
S.Tomé tornou-se também um ponto de escala (transito) na rota das Índias e das Americas, depósito de escravos e prisão dos condenados. Mais tarde os contratados eram enviados para esta Ilha, servindo de mão de obra escrava. O cultivo da cana de açucar provocou o enriquecimento rápido dos colonos (desterrados) ali fixados.

terça-feira, 3 de abril de 2018

HISTÓRIA - 10ª CLASSE



Tema 1 – A CIÊNCIA HISTÓRICA

1.1  Conceito e objecto de estudo
A maior riqueza do país são os homens e mulheres, porque são estes que fazem a História, são eles os detentores da cultura. Assim deve ser fomentado o espírito patriótico, a criatividade, a solidariedade, o respeito mútuo, e acima de tudo um pensamento histórico e participado no desenvolvimento do país.
a)A História é a ciência dos homens no tempo. b) É uma ciência humana, na medida em que estuda o homem e a sua evolução ao longo dos tempos.
Segundo Marco Cícero: c)«A História é o testemunho dos tempos, a luz da verdade, a mestra da vida, a mensagem dos dias que não voltarão». d) Segundo Henri Marrou «A história é o conhecimento do passado humano».

 
·         O Homem
·         O Tempo
                 O objecto da História
·         O Espaço
·         As Sociedade
                                          
1.2 A Função social da História
Conhecendo o passado compreenderemos mais facilmente o mundo em que vivemos, podendo assumir consciente e activamente o nosso papel de homens e cidadãos de um país e de um mundo que queremos cada vez melhor: no progresso, no bem estar, na justiça social. Porque a história somos nós que a fazemos no dia-a-dia.

1.3. Metodologia da Análise Histórica
A História só é ciência na medida em que dispõe de um método específico que lhe permite
chegar ao conhecimento do passado humano.
Esse método é constituído pelos processos técnicos que o ciência coloca à disposição das do Historiador; é o conjunto de operações intelectuais que vão da ordenação e avaliação das fontes à aplicação de ténicas que nos permitem conhecer o objecto histórico.
As fontes constituem matéria-prima da História. A primeira tarefa do historiador consiste precisamente na pesquisa criteriosa das fontes históricas.

AS FONTES HISTÓRICAS
Entende-se como Fonte Histórica todo o produto específico da actividade humana, tudo o que testemunha o passado humano, qualquer que seja a sua natureza – arqueológica artística, científica, etnológica, histórica ou literária – ou a sua forma de transmissão – escrita, fotográfica, oral, plástica, radiofónica ou visual. Podemos assim concluir que todos os vestígios que testemunham a presença dos homens de épocas passadas em determinados locais são documentos. Estes podem ser: materiais escritos ou orais, e constituem as Fontes da História.
Fontes materiais – são as ruinas de construções antigas, utensílios domésticos, armas, esculturas, barcos, moedas, que os homens fizeram nos tempos antigos.
Fontes escritas – são todos os documentos escritos quer sejam cartas, contratos, livros, leis, listas de impostos, etc., que as antigas civilizações elaboraram e por feliz acaso chegaram até nós. Para sua interpretação é necessário o conhecimento das várias escritas que os homens inventaram nos vários pontos do mundo, como a hieroglífica, a cuneiforme, a alfabética, a árabe, a chinesa, etc.
Fontes tradicionais ou orais – são narrativas transmitidas oralmente de geração em geração. A tradição oral faz parte da vida das comunidades, é geralmente detida pelos mais velhos e depende da estrutura política da sociedade estudada.

1.4 A Periodização, os seus critérios e problemas 
 Ao estudar História é necessário situar no tempo os acontecimentos; para isso, é preciso ter um
ponto de partida para a contagem dos anos e séculos.
O historiador tem de localizar no espaço (lugar, região, país, continente) e no tempo (dia, ano, século, era) o que reconstitui. Por isso, preocupa-se sempre em situar com rigor os acontecimentos. Estes são colocados pela ordem em que ocorrem e estabelecidos numa escala, a cronologia.
Os antigos Egípcios contavam o tempo a partir do reinado deste ou daquele faraó; os Gregos a partir dos primeiros jogos Olímpicos; os Romanos a partir da fundação da cidade Roma. Nos países de tradição cristã, utiliza-se o nascimento de Cristo para localizar e medir o tempo. Fala-se assim, de anos, décadas, séculos e milénios «antes de Cristo» (a.c) e «depois de Cristo» (d.c.). Os muçulmanos contam o tempo a partir da «Hégira» (fuga de Maomé de Meca para Medina) que corresponde ao ano 622 d.c.

AS CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA
Entre as ciências que podem ajudar o historiador, menciona-se a Arqueologia, a Linguística, a antropologia, entre outras.
A Arquiologia estuda os restos das civilizações passadas, enterradas no solo. Cemitérios ou locais de habitação, abandonados há séculos, são escavados pelos arquiólogos que descrevem depois os objectos recolhidos: vasos, utensílios e armas em ferro, ornamentos em cobre, ferro, restos de comida como espinhas de peixe, conchas, ossos de animais domésticos ou selvagens. O arquiólogo poderá pois informar o históriador que em tal lugar e tal data viviam  caçadores, pescadores ou agricultores que conheciam técnicas como a metalurgia ou a cerâmica.
A Linguística ou estudo das Línguas, permite estabelecer o seu grau de parentesco, e provar que um grupo de línguas tem uma origem comum, como é o caso das línguas bantu.
A Antropologia Cultural ou Etnologia estuda aspectos da vida cultural e material das sociedades desde o tipo de vestuário, de rituais religiosos, de danças, aos  utensílios, à habitação – permitindo-nos estabelecer comparação entre as diferentes sociedades actuais e daí deduzir que no passado houve entre elas um certo tipo de relação (filiação, contacto, migrações, dominação etc.)

Tema 2 – ANGOLA: O território e as populações mais antigas

2.1 Vestígios Arqueológicos do Paleolítico e Neolítico
 O Paleolítico abrange o período da pedra, ou seja a era primitiva. Os homens do Paleolítico deixaram alguns vestígios em Angola. Na Lunda, no Congo, no Kwangar e no deserto do Namibe foram encontrados instrumentos de pedra e outros que testificam a presença nestes lugares de  homens do Paleolítico.
Os vários materiais arqueológicos, que retratam o passado dos primeiros habitantes do território angolano, foram encontrados nas estações arqueológica de Tchitundo Hulo e no Kwando Kubango na estação arqueológica do Kwangar. Segundo estudos efectuados, os materiais encontrados nessas estações remontam a um período anterior à nossa era e que está ligado ao homem KHOI-SAAN. 
   
2.2 As comunidades Humanas do Território: Os Khoi-saan e outros
Os Khoi-San são um grupo minoritário, localizado nas províncias do Kwando Kubango e Cunene. Os Khoi-San são a primeira comunidade humana conhecida à habitar o nosso território (Angola). Este grupo comporta os Khoi-San ou Hotentotes e os Kunji, mais conhecidos como Kamusekele, também por Bosquímano (termo pejurativo e rejeitado por estes).
As guerras, as doenças, a fome e a exploração colonial dizimaram os Khoi-Saan, por isso, eles são hoje muito poucos. Os Khoi-Saan não falam nenhuma língua Bantu. Nunca formaram em angola reinos. Viveram sempre em tribos, dependendo das ofertas da natureza, alimentando de frutas e raízes das árvores e vivendo da caça. São de pequena estatura e por isso chamados Pigmóides, pertencentes a família dos Pigmeus. São de cor acastanhada.
Os Khoi-Saan, actualmente vivem no sul de de Angola, Namíbia, África do Sul e Botswana.

2.3 O processo de sedentarização – a economia agrícola
Produzindo agora os seus próprios alimentos, o homem já não necessita de se deslocar frequentemente para os obter. Além disso, o trabalho na agricultura exige que ele se fixe à terra. Após as sementeiras é necessário esperar pela época das colheitas.
Assim, o nomadismo do Paleolítico dá lugar à sedentarização no Neolítico.
A economia de produção vai obrigar o Homem a fixar-se em determinados locais favoráveis às suas actividades.
A economia de produção obrigava a uma maior conjução de esforços para a execução de tarefas mais difíceis ou pesadas.
A medida que se processa o crescimento populacional, os aldeamentos vão-se alargando e as habitações vão-se aperfeiçoando.   

2.4 As Migrações Bantu
Com a descoberta dos metais e a fabricação de instrumentos em metal provocou o desenvolvimento da agricultura e da caça e consequentemente, os grupos tornaram-se numerosos. No entanto a produção era insuficiente, o que provocou conflitos entre os diferentes grupos, razão pela qual alguns grupos deslocaram-se em busca de outras regiões com melhores condições de vida.
Dominando a agricultura e a metalurgia, os diferentes grupos Bantu, que habitaram provavelmente entre o rio Niger e o lago Tchad há milhares de anos, caminharam para Leste e Sul do continente, alcançando as regiões dos Grandes Lagos, o Planalto Luba e a bacia do Zaíre. Nestas deslocações, fixaram-se em regiões que eram habitadas por outrospovos caçadores, recolectores – os Pigmeus, na zona equatorial de áfrica e os Khoi-Saan, mais para o Sul. Entretanto, o desenvolvimento dos Bantu obrigou os Khoi-Saan a abandonarem as regiões em que habitavam e fixaram-se ao Sul do continente.

Distribuição Territorial dos Povos de Angola
A República de Angola é um mosaico de povos, línguas e sobretudo de culturas heterogéneas.
Do ponto de vista etnolínguistico a população de Angola devide-se em vários grupos:
1.     Os Bakongos
Ocupam maioritariamente a zona Norte entre o mar e o rio Kwanza, concretamente a província de Cabinda, Zaíre e Uige.

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

A LINHA DA FRENTE: OBJECTIVOS DA SUA CRIAÇÃO



A Linha da Frente foi a primeira forma de Coordenação e Integração Regional formalmente reconhecida dos países da África Austral e visava a Mobilização e Cooperação de esforços para fortalecer os Movimentos de Libertação Nacional que lutavam contra a opressão colonial na região.

A 15 de Fevereiro de 1965 os presidentes da Tanzânia (Julius Nyerere), e da Zâmbia (Kenneth Kaunda), reuniram-se em Lusaka (capital da Zâmbia) para analisar a situação política na Rodésia do sul (contra o plano da minoria branca de proclamar unilateralmente a independência do território).

A reunião de Lusaka marcou o nascimento e o inicio da actividade da linha da frente. Só em 1969 foi utilizada pela primeira vez a expressão PLF.

Em Abril de 1977, os presidentes Agostinho Neto, de Angola, Samôra Marchel, de Moçambique, Seretse Khana, do Botswana, Julius Nyerere, da Tanzânia e Kenneth Kaunda, da Zâmbia, reunidos em Lusaka, intensificaram  esforços e criaram um novo dinamismo para a Linha da Frente, no sentido de rapidamente conseguir-se resultados na luta que visava o derrube do colonialismo e do apartheid na sub região da África Austral.

Os países da Linha da Frente, uniram esforços no sentido de travar as acções de desestabilização militar, desencadeadas pelo regime do Apartheid da África do Sul contra os países independentes da região.

A Linha da Frente, tinha por objectivo a libertação total dos povos e territórios oprimidos e sob dominação política, económica e social na África Austral.

A independência do Zimbabwe foi sem dúvidas uma vitória do movimento da Linha da Frente:

Solidificada a organização, os estados independentes da região sentiram a necessidade de se engajarem no seu desenvolvimento sócio-económico, com vista à erradicação da pobreza dos países e povos da região. Foi assim que, resolveram criar à 1 de Abril de 1980 em Lusaka a Conferência para a Cooperação de Desenvolvimento da África Austral (SADCC), cujo objectivo era tornar a região forte economicamente e livre da dependência económica que alguns países tinham da África do Sul.

Na Cimeira de 17 de Agosto de 1992 em Windhoek, os chefes de estado e de governo da região, livre do colonialismo, não obstante a guerra civil, que ainda se fazia sentir em alguns países da região (Angola e Moçambique), a Conferência para a Coordenação e Desenvolvimento da África Austral (SADCC) , deu lugar a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), com o objectivo de promover a paz, reduzir a pobreza, melhorar o nível de vida na região, fomento da cooperação nas estratégias económicas etc...