quarta-feira, 29 de agosto de 2018

MPLA: É URGENTE JUNTAR OS CACOS E RESTAURAR A HISTÓRIA



Por mais que se tente ao longo dos tempos branquear os feitos de um homem ou de um povo ..., os vários vestígios históricos irão no possível clarificar para bem de todos nós a realidade histórica! A história do nosso povo está sendo feita com muita nebulosidade. Continuaremos a espera no breve, do juízo da História.
A história é história, porque ela parte da profunda investigação, tendo como suporte outras ciências auxiliares a ela. É preciso deixarmos as paixões partidárias de lado e irmos ao encontro da verdadeira ciência histórica, procurando de maneira desapaixonada retratar e reconhecer os feitos de figuras (bons e maus) que marcaram a história da emancipação política do nosso povo. Não nos podemos esquecer, de que algumas elites que protagonizaram a criação dos Movimentos de Libertação, pertenciam a um grande núcleo de assimilados da época... A verdadeira história do nacionalismo angolano também está intrinsecamente ligada à figuras como Mário Pinto de Andrade,Viriato Clemente da Cruz, Eduardo Macedo dos Santos, Matias Migueis, José Miguel ..., reais expoentes da génese do MPLA e considerados pilares da independência de Angola, pois contribuíram com o seu saber e persistência na luta contra o colonialismo... Infelizmente a direcção do MPLA teimosamente não se pronuncia de modo oficial acerca da dimensão política destas personalidades e no particular o facto de terem sido aqueles que iniciaram o MPLA.
A promoção política do MPLA, primeiro em Conakry e depois em Léopoldville (Kinshasa) em 1962, deveu-se grandemente ao contributo inquestionável de Viriato da Cruz, co-fundador e então secretário geral do MPLA. O afastamento destes notáveis do seio do Movimento por eles edificado, abalaram as estruturas do Movimento, com destaque, a Revolta Activa e a Facção Leste (1974), para mais tarde já na Angola independente, uma nova hecatombe - o Fraccionismo, uma facção surgida no seio do MPLA  liderada por Nito Alves e que levou o país num banho de sangue e numa pulga sem precedentes na história de Angola como país. 
Neste contexto falar da história do MPLA e do nacionalismo angolano sem falar destes ícones e de todos os passivos da nossa história, é adiar a genuína pacificação de Angola e dos angolanos... os passivos da nossa história não devem ser escamoteados, preservando assim as futuras gerações de angolanos de novas discórdias e flagelos de guerras.