A instalação do sistema colonial português em África só foi
acelerado no último quartel do século XIX, por quanto antes desse período o
interesse pela conquista das terras africanas não fazia parte das preocupações
das elites portuguesas. Com a
independência do Brasil, em 1822 os portugueses viraram-se para o continente
africano.
As comunidades africanas do
território que hoje se chama Angola, rejeitaram violentamente as tentativas dos
portugueses para submetê-los.
Entre 1900 e 1936, Portugal
teria que empenhar-se com numerosas campanhas militares para sufocar de modo
sangrento as rebeliões dos povos submetidos, como os bacongos, tchockwé,
hereros, ovambos, ovimbundos etc que encheram de orgulho a heróica resistência
anticolonial, como por exemplo:
A RESISTÊNCIA DOS POVOS DO KONGO E
DEMBOS - A
resistência dos povos no Norte (Congo e Dembos) deveu-se as práticas do aparelho político e administrativo colonial. As
revoltas sucederam-se, tendo em conta a brutalidade com que se movia o sistema,
desde a expropriação de terras, a cobrança de impostos, recrutamento de mão de
obra para São Tomé e Príncipe, a política missionária pelo cristianismo
católico de recrutamento... A única solução dos nativos era a opção da
resistência, ou seja a via armada contra os invasores. Só em 1918 e 1919 é que
os portugueses conseguiram dominar a revolta dos Dembos.
O período de 1913 – 1915
foi dos mais agitados a sangrentos na região com a grande revolta dos bakongos chefiados
por Tulante Buta, baptizado com o nome Álvaro
Buta (antigo aluno da missão protestante de São Salvador – Mbanza Kongo), contra o envio de contratados para
S.Tomé. Esta revolta eliminou muitos oficiais portugueses e durou até 1917, foi
tão violenta que os colonialistas foram obrigados a parar com a exportação de
mão de obra.
No Kongo temos a destacar:
- A celebre batalha
de Ambuila, liderada por Vita Kanga,
baptizado por António I, derrotado pelos portugueses e o seu
corpo sepultado no local onde está instalada a igreja da Nazaré em Luanda;
- A revolta do Ambrige em
1925, contra a exportação
clandestina de escravos, contra o pagamento de imposto e contra o trabalho
forçado;
- A revolta dos Dembos
dava-se em 1916 chefiada
por Kakulo Kahenda.
RESISTÊNCIA DOS POVOS DO PLANATO CENTRAL (1902 -1907),
SUL E SUDOESTE DE ANGOLA
Em Abril de 1902 governava no Bailundo MUTU-YA-KEVELA, que preparou um exército para lutar contra os
portugueses, chegando mesmo a conquistar algumas terras que estavam na posse
dos portugueses e a interromper o comércio no planato do Bié. Perante esta
situação os portugueses prepararam
uma expedição composta por duas colunas militares. A coluna do Norte e a coluna
de Kakonda, para derrotar as forças comandadas por Mutu-ya-Kevela que morreu em
combate à 4 de Agosto de 1902.
No Sul de Angola os
Kwanhamas (os Ovambos) atacavam uma coluna militar de portugueses
encarregados de convencer a deixar vacinar o gado. As guerrilhas continuavam
até 1904 ano em que uma coluna portuguesa foi derrotada. Em 1906 uma operaação
de represálias arrasava as fortalezas dos Kwanhamas, mas a luta continuava até 1915, altura em que foi morto em combate
Mandume (rei dos Kwanhamas – rei dos Ovambos).
As acções das comunidades africanas do território angolano,
marcaram um longo período de resistência à opressão colonial portuguesa ao
trabalho forçado, ao tráfico de escravos,
a expropriação de terras e a cobrança de impostos.
Alvari Tolarte but foi grande homem não podemos esquecer dele!
ResponderEliminarÓtimo
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