sábado, 21 de abril de 2018

ANGOLA- A ABERTURA AO ATLÂNTICO; IMPACTO INIAL



A sociedade colonial portuguesa teve o seu início com a chegada dos portugueses no Reino do Congo, nos finais do século XV (1482) caracterizada por uma dominação colonial.
A dominação foi feita em 2 fases:
1º PENETRAÇÃO – A penetração é a fase que vai desde a chegada do português Diogo Cão na Foz do rio Záire até vésperasde 1575.
2º OCUPAÇÃO – Esta fase teve início  em 1575, com a fundação da capitania de São Paulo de Loanda, hoje cidade de Luanda, pelo capitão português Paulo Dias de Novais e termina a 11 de Novembro de 1975 ano da ploclamação da independência de Angola.
RAZÕES QUE CONDICIONARAM E INFLUENCIARAM NA OCUPAÇÃO DO TERRITÓRIO ANGOLANO:
·        Interesses económicos (necessidades de matérias primas, mercados e áreas de investimentos );
·        Motivos políticos (vontade de afirmar o seu poder e força militar através da ocupação de regiões e zonas estratégicas);
·        Razões ideológicas (desejo de divulgar a cultura europeia junto dos africanos.

4.1- O CONGO E OS PORTUGUESES
Os portugueses chegaram acidentalmente ao reino do Congo em 1482, comandados por Diogo Cão e na expectativa de chegar a Índia. A segunda viagem de Diogo Cão ao reino do Congo foi em 1484. Os navios portugueses chegaram ao reino do Congo pelo porto de Mpinda. Contactaram com os habitantes do Soyo e com o próprio Mani Soyo. Assim se teve a notícia, pela primeira vez no Congo da existência de europeus vindos de um reino chamado Portugal.
Os primeiros contactos estabelecidos eram relações de amizade, relações comerciais e diplomáticas. Em 1489 foi enviada para Portugal o primeiro embaixador do Congo (relações de amizade, comerciais e diplomáticas).
O Ntotela, rei do Congo Nzinga Nkuvu, foi baptizado em 1491 em Mbanza Congo, tendo adoptado o nome cristão de D. João I do Congo. Muitos bakongos foram mandados para Portugal, para receberem instrução portuguesa.
O objectivo preconizado pelos portugueses no reino do Congo eram:
·        Manter relações comerciais com o reino e consolidar a sua conquista;
·        Converter aquele reino ao cristianismo, permitindo assim a sua expansão.

4.2- O INÍCIO DO TRÁFICO DE ESCRAVOS: O PAPEL DOS COLONOS DE SÃO TOMÉ E OS NOVOS RUMOS DA ESCRAVATURA

Desde 1493 procedera-se ao povoamento da Ilha de S. Tomé por degradados desterrados portugueses. Este povoamento vei promover contactos mais frequentes dos portugueses com a costa ocidental Africana, tendo em vista fornecer à Ilha a mão-de-obra necessária ao cultivo da cana-de-açucar e mais tarde, a produção do cacau.
S.Tomé tornou-se também um ponto de escala (transito) na rota das Índias e das Americas, depósito de escravos e prisão dos condenados. Mais tarde os contratados eram enviados para esta Ilha, servindo de mão de obra escrava. O cultivo da cana de açucar provocou o enriquecimento rápido dos colonos (desterrados) ali fixados.

terça-feira, 3 de abril de 2018

HISTÓRIA - 10ª CLASSE



Tema 1 – A CIÊNCIA HISTÓRICA

1.1  Conceito e objecto de estudo
A maior riqueza do país são os homens e mulheres, porque são estes que fazem a História, são eles os detentores da cultura. Assim deve ser fomentado o espírito patriótico, a criatividade, a solidariedade, o respeito mútuo, e acima de tudo um pensamento histórico e participado no desenvolvimento do país.
a)A História é a ciência dos homens no tempo. b) É uma ciência humana, na medida em que estuda o homem e a sua evolução ao longo dos tempos.
Segundo Marco Cícero: c)«A História é o testemunho dos tempos, a luz da verdade, a mestra da vida, a mensagem dos dias que não voltarão». d) Segundo Henri Marrou «A história é o conhecimento do passado humano».

 
·         O Homem
·         O Tempo
                 O objecto da História
·         O Espaço
·         As Sociedade
                                          
1.2 A Função social da História
Conhecendo o passado compreenderemos mais facilmente o mundo em que vivemos, podendo assumir consciente e activamente o nosso papel de homens e cidadãos de um país e de um mundo que queremos cada vez melhor: no progresso, no bem estar, na justiça social. Porque a história somos nós que a fazemos no dia-a-dia.

1.3. Metodologia da Análise Histórica
A História só é ciência na medida em que dispõe de um método específico que lhe permite
chegar ao conhecimento do passado humano.
Esse método é constituído pelos processos técnicos que o ciência coloca à disposição das do Historiador; é o conjunto de operações intelectuais que vão da ordenação e avaliação das fontes à aplicação de ténicas que nos permitem conhecer o objecto histórico.
As fontes constituem matéria-prima da História. A primeira tarefa do historiador consiste precisamente na pesquisa criteriosa das fontes históricas.

AS FONTES HISTÓRICAS
Entende-se como Fonte Histórica todo o produto específico da actividade humana, tudo o que testemunha o passado humano, qualquer que seja a sua natureza – arqueológica artística, científica, etnológica, histórica ou literária – ou a sua forma de transmissão – escrita, fotográfica, oral, plástica, radiofónica ou visual. Podemos assim concluir que todos os vestígios que testemunham a presença dos homens de épocas passadas em determinados locais são documentos. Estes podem ser: materiais escritos ou orais, e constituem as Fontes da História.
Fontes materiais – são as ruinas de construções antigas, utensílios domésticos, armas, esculturas, barcos, moedas, que os homens fizeram nos tempos antigos.
Fontes escritas – são todos os documentos escritos quer sejam cartas, contratos, livros, leis, listas de impostos, etc., que as antigas civilizações elaboraram e por feliz acaso chegaram até nós. Para sua interpretação é necessário o conhecimento das várias escritas que os homens inventaram nos vários pontos do mundo, como a hieroglífica, a cuneiforme, a alfabética, a árabe, a chinesa, etc.
Fontes tradicionais ou orais – são narrativas transmitidas oralmente de geração em geração. A tradição oral faz parte da vida das comunidades, é geralmente detida pelos mais velhos e depende da estrutura política da sociedade estudada.

1.4 A Periodização, os seus critérios e problemas 
 Ao estudar História é necessário situar no tempo os acontecimentos; para isso, é preciso ter um
ponto de partida para a contagem dos anos e séculos.
O historiador tem de localizar no espaço (lugar, região, país, continente) e no tempo (dia, ano, século, era) o que reconstitui. Por isso, preocupa-se sempre em situar com rigor os acontecimentos. Estes são colocados pela ordem em que ocorrem e estabelecidos numa escala, a cronologia.
Os antigos Egípcios contavam o tempo a partir do reinado deste ou daquele faraó; os Gregos a partir dos primeiros jogos Olímpicos; os Romanos a partir da fundação da cidade Roma. Nos países de tradição cristã, utiliza-se o nascimento de Cristo para localizar e medir o tempo. Fala-se assim, de anos, décadas, séculos e milénios «antes de Cristo» (a.c) e «depois de Cristo» (d.c.). Os muçulmanos contam o tempo a partir da «Hégira» (fuga de Maomé de Meca para Medina) que corresponde ao ano 622 d.c.

AS CIÊNCIAS AUXILIARES DA HISTÓRIA
Entre as ciências que podem ajudar o historiador, menciona-se a Arqueologia, a Linguística, a antropologia, entre outras.
A Arquiologia estuda os restos das civilizações passadas, enterradas no solo. Cemitérios ou locais de habitação, abandonados há séculos, são escavados pelos arquiólogos que descrevem depois os objectos recolhidos: vasos, utensílios e armas em ferro, ornamentos em cobre, ferro, restos de comida como espinhas de peixe, conchas, ossos de animais domésticos ou selvagens. O arquiólogo poderá pois informar o históriador que em tal lugar e tal data viviam  caçadores, pescadores ou agricultores que conheciam técnicas como a metalurgia ou a cerâmica.
A Linguística ou estudo das Línguas, permite estabelecer o seu grau de parentesco, e provar que um grupo de línguas tem uma origem comum, como é o caso das línguas bantu.
A Antropologia Cultural ou Etnologia estuda aspectos da vida cultural e material das sociedades desde o tipo de vestuário, de rituais religiosos, de danças, aos  utensílios, à habitação – permitindo-nos estabelecer comparação entre as diferentes sociedades actuais e daí deduzir que no passado houve entre elas um certo tipo de relação (filiação, contacto, migrações, dominação etc.)

Tema 2 – ANGOLA: O território e as populações mais antigas

2.1 Vestígios Arqueológicos do Paleolítico e Neolítico
 O Paleolítico abrange o período da pedra, ou seja a era primitiva. Os homens do Paleolítico deixaram alguns vestígios em Angola. Na Lunda, no Congo, no Kwangar e no deserto do Namibe foram encontrados instrumentos de pedra e outros que testificam a presença nestes lugares de  homens do Paleolítico.
Os vários materiais arqueológicos, que retratam o passado dos primeiros habitantes do território angolano, foram encontrados nas estações arqueológica de Tchitundo Hulo e no Kwando Kubango na estação arqueológica do Kwangar. Segundo estudos efectuados, os materiais encontrados nessas estações remontam a um período anterior à nossa era e que está ligado ao homem KHOI-SAAN. 
   
2.2 As comunidades Humanas do Território: Os Khoi-saan e outros
Os Khoi-San são um grupo minoritário, localizado nas províncias do Kwando Kubango e Cunene. Os Khoi-San são a primeira comunidade humana conhecida à habitar o nosso território (Angola). Este grupo comporta os Khoi-San ou Hotentotes e os Kunji, mais conhecidos como Kamusekele, também por Bosquímano (termo pejurativo e rejeitado por estes).
As guerras, as doenças, a fome e a exploração colonial dizimaram os Khoi-Saan, por isso, eles são hoje muito poucos. Os Khoi-Saan não falam nenhuma língua Bantu. Nunca formaram em angola reinos. Viveram sempre em tribos, dependendo das ofertas da natureza, alimentando de frutas e raízes das árvores e vivendo da caça. São de pequena estatura e por isso chamados Pigmóides, pertencentes a família dos Pigmeus. São de cor acastanhada.
Os Khoi-Saan, actualmente vivem no sul de de Angola, Namíbia, África do Sul e Botswana.

2.3 O processo de sedentarização – a economia agrícola
Produzindo agora os seus próprios alimentos, o homem já não necessita de se deslocar frequentemente para os obter. Além disso, o trabalho na agricultura exige que ele se fixe à terra. Após as sementeiras é necessário esperar pela época das colheitas.
Assim, o nomadismo do Paleolítico dá lugar à sedentarização no Neolítico.
A economia de produção vai obrigar o Homem a fixar-se em determinados locais favoráveis às suas actividades.
A economia de produção obrigava a uma maior conjução de esforços para a execução de tarefas mais difíceis ou pesadas.
A medida que se processa o crescimento populacional, os aldeamentos vão-se alargando e as habitações vão-se aperfeiçoando.   

2.4 As Migrações Bantu
Com a descoberta dos metais e a fabricação de instrumentos em metal provocou o desenvolvimento da agricultura e da caça e consequentemente, os grupos tornaram-se numerosos. No entanto a produção era insuficiente, o que provocou conflitos entre os diferentes grupos, razão pela qual alguns grupos deslocaram-se em busca de outras regiões com melhores condições de vida.
Dominando a agricultura e a metalurgia, os diferentes grupos Bantu, que habitaram provavelmente entre o rio Niger e o lago Tchad há milhares de anos, caminharam para Leste e Sul do continente, alcançando as regiões dos Grandes Lagos, o Planalto Luba e a bacia do Zaíre. Nestas deslocações, fixaram-se em regiões que eram habitadas por outrospovos caçadores, recolectores – os Pigmeus, na zona equatorial de áfrica e os Khoi-Saan, mais para o Sul. Entretanto, o desenvolvimento dos Bantu obrigou os Khoi-Saan a abandonarem as regiões em que habitavam e fixaram-se ao Sul do continente.

Distribuição Territorial dos Povos de Angola
A República de Angola é um mosaico de povos, línguas e sobretudo de culturas heterogéneas.
Do ponto de vista etnolínguistico a população de Angola devide-se em vários grupos:
1.     Os Bakongos
Ocupam maioritariamente a zona Norte entre o mar e o rio Kwanza, concretamente a província de Cabinda, Zaíre e Uige.