Com Viriato da Cruz, funda o PCA (Partido Comunista Angolano) e o PLUAA (Partido de Luta Unida dos Africanos de Angola). Em 1956, com Viriato da Cruz, Ilídio Machado foi co-subscritor do famoso MANIFESTO do PLUAA, que mais tarde (1960) ficou conhecido como sendo o Manifesto do MPLA. Ilídio Machado foi também o fundador do MIA (Movimento para a Independência de Angola).
Em 1959, foi preso pela PIDE, por estar em contactos com vários outros nacionalistas: Lúcio Lara, Matias Miguéis, Agostinho Neto, Padre Joaquim Pinto de Andrade, Padre Alexandre do Nascimento e muito outros.
Em 1959, apercebendo-se de que a existência de vários partidos e movimentos dificultavam a independência de Angola, Ilídio Machado decidiu criar o MLNA (Movimento de Libertação de Angola). Para tentar coordenar a luta de libertação, em Maio de 1969, vai a Lisboa, onde a 27 de Maio foi preso pela PIDE e enviado para o Tarrafal. Foi libertado em Outubro de 1970.
Portanto, na década de 50, em toda a sua carreira política, em nenhum momento lhe apareceu o MPLA. Como poderia dirigi-lo? O que é verdade é que Ilídio Machado queria que houvesse um movimento aglutinador dos diferentes partidos angolanos existentes.
No final de Janeiro de 1960, reúne-se em Tunes, a II Conferência Pan-Africana. Na I Conferência Pan-Africana de Acra, Holden esteve sozinho a representar Angola. Mas, para os nacionalistas da Liga Africana e da Casa dos Estudantes do Império, Holden era um “outsider”, pois não era da linha de Lara, Viriato, Neto e outros, que com outros activistas que tinham passado pela Casa dos Estudantes do Império pertenciam ao MAC (Movimento Anti-Colonial). É assim que para esta II Conferência de Tunes, esses activistas fizeram-se presentes e o fizeram em nome do MAC, uma organização supra nacional.
De facto, quando Viriato da Cruz vai para essa II Conferência Pan-Africana de Tunes, ele leva para os outros camaradas o nome MPLA inscrito no Manifesto do MAC que tinha sido tirado de uma expressão do MANIFESTO do PLUAA, onde se defendia um “amplo movimento de libertação de Angola”. Esse documento tinha sido trabalhado por Viriato da Cruz nos últimos meses de 1959 e o mesmo tinha sido corrigido por Lara e por Mário de Andrade. É aí onde nasce o nome MPLA e quem o criou foi o grande Viriato da Cruz!
Porque foi necessário fazer nascer o MPLA em 1956? Apenas, para ser vendido – numa operação de marketing que durou décadas – como tendo sido criado antes da UPA! Em 1958, na I Conferência dos Povos Africanas de Acra (Gana), a conselho de Frantz Fanon e de nacionalistas dos Camarões, Holden Roberto mudou o nome de UPNA (União das Populações do Norte de Angola), criado em 1957, para UPA (União das Populações de Angola). Nessa I Conferência, como angolano, ele esteve sozinho, como poderia representar só o Norte de Angola? Fazendo passar a ideia de que tinha sido criado em 1956 em Angola, o MPLA ganharia sobre a UPA a anterioridade (1956 contra 1958) e a interioridade (Luanda versus Leopoldville!).
Com tudo isso, fica claro que Ilídio Martins nunca foi Presidente do MPLA. Porém, ele foi – sem nenhuma dúvida – um dos grandes nacionalistas do nosso país nos anos 50.
Vários autores debruçaram-se sobre este tema, como Edmundo Rocha, Carlos Pacheco e Jean Martial Arsene Mbah. Recomenda-se a sua leitura.
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