2.3.1. O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E O RESSURGIMENTO DA EUROPA COMO POTÊNCIA
MUNDIAL
Os países da
Europa Ocidental que aceitaram a ajuda dos Estados Unidos da América (E. U. A.)
e escolheram a via da economia de mercado, organizaram-se para administrar e
coordenar esse auxílio, criando para o efeito a OECE (Organização Europeia
de Cooperação Económica). A partir de 1961 passou a designar-se OCEDE (Organização de Cooperação e
Desenvolvimento Económico) com sede em Paris, juntando-se-lhe os EUA,
Canada, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.
No ano de
1944, tinha surgido a ideia da criação de uma união aduaneira entre alguns
países europeus, projecto que se veio a concretizar em 1948 com a criação do BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo)
e a fundação do Conselho da Europa, em
1949, constituíram as primeiras
experiências bem-sucedidas que encorajaram alguns políticos e ideólogos
europeus a irem mais longe.
Em 1951, os países do BENELUX, juntamente com a França, a Itália e a República Federal da Alemanha, assinaram um
Tratado que instituiu a Comunidade
Europeia do Carvão e do Aço (CECA).
Este tratado é considerado o início da construção da Europa unida.
A
FORMAÇÃO DA CEE
Os países
que compunham a CECA reuniram-se em 1957 e assinaram o Tratado de Roma, através
do qual foram criadas a Comunidade
Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de Energia Atómica (EURATOM).
Estava
assim, criada o Mercado Comum
através do qual seriam abolidos os obstáculos à livre circulação de pessoas,
serviços e capitais entre os estados-membros e passariam a ser desenvolvidas
políticas económicas comuns. Forma-se assim um grande mercado sem fronteiras.
O sucesso
económico da CEE e do Mercado Comum levou a que
cada vez mais países se tornassem membros, através de sucessivos
alargamentos.
Alargamento e desenvolvimento da CEE
Os primeiros 15 anos da CEE caracterizaram-se por pequenos
avanços com vista a atingir os objectivos do Tratado de Roma. A dinâmica da Europa dos Seis e os sucessos obtidos a
nível do desenvolvimento global dos países que a constituíam motivaram outros estados europeus a pedir a
adesão à CEE.
Assim, em
1973, a Europa dos Seis passou a Europa
dos Nove, com a adesão do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca. Em 1981,
aderiu a Grécia e em 1986 aderiram Portugal e Espanha. A Europa dos Nove passou, assim, a Europa dos Doze. Em 1995 aderem
a CEE a República da Áustria, Finlândia e o Reino da Suécia – Europa dos quinze.
Em 2004
verificou-se a adesão de outros países do Leste da Europa, como a Polónia, a
República Checa, a Hungria, a Eslovénia, a Eslováquia, a Letónia, a Estónia, a
Lituânia, Chipre e, ainda, Malta. A
Partir do ano 2004 a União Europeia passou, pois, a ser constituída por 25
Estados-membros.
A união económica e monetária
Em Fevereiro de 1992 foi assinado o
Tratado de Maastricht,
o qual entrou em vigor em Novembro de 1993. Neste tratado foram definidos os
princípios fundamentais da Comunidade Europeia (CE) para a união económica e
monetária, reforçando-se a perspectiva da união política. Desde essa data, a CEE passou a chamar-se União Europeia (UE).
De facto, o Tratado de Maastricht pôs
em prática a união económica, monetária e política dos países membros da União
Europeia e reforçou os poderes do Parlamento
Europeu, que passou a ser um dos mais
importantes órgãos da UE constituídos por deputados directamente eleitos pelos
cidadãos de cada estado-membro.
Funcionamento da União Europeia
Os
principais órgãos de poder que garantem o funcionamento da União Europeia são:
- o Conselho de Ministros ( toma decisões sobre as leis
comunitárias);
- a Comissão Europeia (faz propostas de leis relativas às
políticas sectoriais);
- o Parlamento Europeu (tem funções consultivas e dá
parecer sobre as propostas de lai da Comissão);
- o Tribunal de Justiça ou Tribunal
Europeu (interpreta
os textos jurídicos e julga os casos de litígio).
Nas políticas sectoriais destacam-se:
*a Política Agrícola Comum (PAC), para
apoio à agricultura;
*o Fundo Social Europeu (FSE), para o
desenvolvimento da formação profissional
e do emprego;
*o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional
(FEDER), para apoiar as regiões mais atrasadas;
*o Sistema Monetário Europeu (antes da
criação o do Euro), que assegurava a estabilidade das moedas europeias.
A União
Europeia tem a maioria dos seus órgãos e das suas instituições a funcionar em
Bruxelas (Bélgica), em Estrasburgo (França) e no Luxemburgo.
2.3.2. A RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E A
RÁPIDA MODERNIZAÇÃO DO JAPÃO
O Japão saiu
derrotado da Segunda Guerra Mundial tendo sofrido enormes perdas humanas e
materiais. No fim da guerra a sua economia estava paralisada.
Após a
rendição, o Japão foi ocupado pelos Estados
Unidos, tendo ficado sob administração do general Mac Arthur entre 1945 e 1950. Este general empreendeu diversas reformas que levaram ao desenvolvimento de
um regime democrático e a rápida recuperação da economia:
·
Reformou o ensino, de forma a
melhorar a qualidade da mão de obra;
·
Distribuiu terras aos camponeses que
assim passaram a proprietários, aumentando a produção;
·
Garantiu auxílio económico em
matérias-primas, maquinarias e apoio técnico com vista ao desenvolvimento
industrial.
Em 1951, o Japão
recuperou a sua soberania e era já um país economicamente reconstruído.
Contudo politicamente, sofria pressões dos seus vizinhos comunistas (URSS e a
China). Temendo a instauração do comunismo e sob influência ideológica dos
americanos, o Japão aliou-se aos Estados Unidos da América.
O desenvolvimento económico do Japão foi tão rápido que é
habitual usar-se a designação de Milagre
Japonês para o caracterizar.
O MILAGRE JAPONÊS
Em cerca de vinte anos o Japão transformou-se na terceira
potência económica mundial e em 1984, passou a segunda (2ª) à seguir aos
Estados Unidos.
Mas como se explica
este milagre? Esta
recuperação do Japão foi possível graças a uma série de factores, dos quais se destacam:
- Factores Demográficos: o Japão é um país superpovoado –
actualmente tem mais de 130 milhões de habitantes, a grande maioria da sua
população está concentrada em grandes cidades, como Tókyo, Osaca, Quioto, Nagoia, Cobé, Iocoama;
- Factores Humanos: uma mão-de-obra muito abundante,
disciplinada, empreendedora, com elevado sentido cívico e formação técnica;
- Cooperação entre o Estado e as grandes
empresas: o estado
protege a indústria da concorrência estrangeira (medidas proteccionistas) e as
grandes empresas investem na formação dos seus funcionários;
- Grandes avanços tecnológicos, sobretudo na electrónica e na
robótica.
O progresso da economia Japonesa verificou-se sobretudo nos
sectores da construção naval (primeiro lugar mundial), das indústrias
automóveis e electrotecnia, na produção de têxteis...
Actualmente, o Japão exporta produtos de grande qualidade, a
preços competitivos, para os seus mercados concorrentes (Estados Unidos e União
Europeia) e para todo mundo.