2.2.1. UM MUNDO BIPOLAR: LEGADO DA
SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Depois de
terem lutado como aliados durante a 2ª Guerra Mundial Americanos e Soviéticos
converteram-se em inimigos. Esta oposição explica-se pelas ideologias políticas
e económicas que perfilhavam: os EUA
seguiam o Capitalismo, a URSS o Comunismo-Socialismo.
Formaram-se,
então, dois blocos antagónicos: por um lado, os países capitalistas, liderados
pelos EUA; por outro, os países Socialistas-Comunistas e anticapitalista,
liderados pela URSS. Foi o período da
Guerra Fria
2.2.2. A RADICALIZAÇÃO IDEOLÓGICA E A
GUERRA FRIA; a Formação de um Mundo Bipolar
O clima de
Guerra Fria levou as duas superpotências mundiais a uma corrida aos armamentos,
que incluía as armas nucleares e o apoio aos conflitos localizados. Foi também
um período de espionagem intensa, com a intervenção das polícias secretas,
nomeadamente a CIA (EUA) e o KGB (URSS).
Não ousando,
porém, confrontar-se directamente, EUA e URSS passaram a apoiar os seus aliados
em conflitos regionais, fornecendo tropas, conselheiros e material de guerra.
Desenvolveu-se, assim, a luta por zonas de influência que originou um mundo
bipolar. Esta luta conduziria ao «equilíbrio pelo terror».
O primeiro
faco de tensão entre a URSS e os EUA ocorreu com a Questão de Berlim (1948 –
1949) que conduziu não só a continuação da divisão daquela cidade, mas também à
divisão da própria Alemanha em duas: a Alemanha de Leste – que iria adoptar a
designação de República Democrática Alemã – RDA e a Alemanha Ocidental – que
adoptaria o nome de República Federal da Alemanha – RFA. Esta divisão da Alemanha
prefigurou, a divisão da Europa em dois blocos separados pela ‘’cortina de
ferro’’.
A guerra da
Coreia 1950 – 1951), a guerra da Indochina, e a crise de Cuba (1962)
constituíram algumas das questões que conduziram a alguns problemas que
ameaçaram a paz mundial.
Com o
desenvolvimento das armas nucleares e os mísseis intercontinentais, as duas
superpotências ficaram em situação de cada uma delas poder destruir ou ser
destruída pela outra em caso de guerra. No entanto, o receio de uma guerra
nuclear levou as duas potências ao diálogo no sentido da construção de uma
política de coexistência pacífica.
O que se entende então por guerra
fria?
Guerra Fria é nome dado ao período de grande
antagonismo e de forte tensão entre os EUA e a URSS, a partir do final da 2ª
Guerra Mundial; apesar de não ter havido um conflito armado, houve constantes
provocações mútuas, temendo-se a deflagração de uma nova guerra mundial.
2.2.3. RECONSTRUÇÃO DA EUROPA E A
CONSTITUIÇÃO DE ORGANIZAÇÕES POLÍTICO-MILITARES
Após a
Segunda Guerra Mundial os EUA e a URSS tornaram-se nas duas Superpotências Mundiais.
A Europa Ocidental contou com a ajuda do Plano Marshall para a sua reconstrução
e a Europa de Leste inseriu-se no COMECON liderado pela URSS. Em paralelo
formaram-se dois blocos militares antagónicos: a NATO ou OTAN (Organização do
tratado Atlântico Norte) e o PACTO DE VARSÓVIA. Esta política de blocos deu
origem a um clima de Guerra Fria.
A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA
A Europa,
arruinada e endividada, saiu profundamente abalada da Segunda Guerra Mundial.
Os EUA desenvolveram então um plano de ajuda para a reconstrução dos países
europeus.
Em 1948, o
presidente Truman aprovou um programa para a reconstrução dos países da Europa
Ocidental, devastados pela guerra. Esse programa viria a ser conhecido por
PLANO MARSHALL – nome do general americano que se distinguiu na proposta e na
defesa desse plano.
Os principais objectivos deste plano eram:
- ajudar economicamente a Europa
Ocidental, reconstruindo as indústrias e reativando o comércio;
- reforçar a posição dos EUA como
superpotência e a sua hegemonia que já se fazia sentir desde o fim da Primeira
Grande Guerra;
- evitar o avanço do Comunismo: uma
Europa debilitada poderia ser um campo aberto à entrada do Comunismo e da influência
Soviética.
2.2.4. UM EQUILÍBRIO GEOPOLÍTICO
INSTÁVEL
A URSS
recusou-se a ser beneficiária do Plano Marshall e convenceu os governos dos
países da Europa de Leste a fazerem o mesmo. Em contrapartida, em 1949, a URSS
constituiu com os países do Leste Europeu o Conselho de Assistência Económica
Mútua – COMECON.
A Europa
passou assim a estar dividida em dois blocos.
Cada um dos
blocos procurou reforçar-se económica, política e militarmente:
-
economicamente, o Bloco Ocidental beneficiou do Plano Marshall, e a Europa
de Leste do COMECON;
- militarmente,
foi criada, em 1949, a NATO ou OTAN (Organização do Tratado Atlântico Norte); em 1955, o bloco
de Leste responde com a criação do Pacto de Varsóvia;
- politicamente, acentuaram-se as tendências da democracia e do capitalismo no ocidente
e do socialismo... no leste.
Esta
oposição alastrou-se para além da Europa. Na Ásia, os comunistas, liderados por
Mao tsé-Tung, implantaram a República Popular da China em 1949. Também na
Coreia do Norte e na Indochina se implantaram regimes comunistas, na década de
1950.
A formação
dos blocos levou a uma situação de tensão militar, ideológica e diplomática
permanente. Esta tensão permanente gerou um clima internacional que ficou
conhecido por Guerra Fria.
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