terça-feira, 14 de abril de 2020

2.3. A REAFIRMAÇÃO DA EUROPA E A CONSOLIDAÇÃO DO JAPÃO



2.3.1. O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E O RESSURGIMENTO DA EUROPA COMO POTÊNCIA MUNDIAL

Os países da Europa Ocidental que aceitaram a ajuda dos Estados Unidos da América (E. U. A.) e escolheram a via da economia de mercado, organizaram-se para administrar e coordenar esse auxílio, criando para o efeito a OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica). A partir de 1961 passou a designar-se OCEDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico) com sede em Paris, juntando-se-lhe os EUA, Canada, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.
No ano de 1944, tinha surgido a ideia da criação de uma união aduaneira entre alguns países europeus, projecto que se veio a concretizar em 1948 com a criação do BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e a fundação do Conselho da Europa, em 1949, constituíram as primeiras experiências bem-sucedidas que encorajaram alguns políticos e ideólogos europeus a irem mais longe.
Em 1951, os países do BENELUX, juntamente com a França, a Itália e a República Federal da Alemanha, assinaram um Tratado que instituiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Este tratado é considerado o início da construção da Europa unida.
 A FORMAÇÃO DA CEE
Os países que compunham a CECA reuniram-se em 1957 e assinaram o Tratado de Roma, através do qual foram criadas a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de Energia Atómica (EURATOM).
Estava assim, criada o Mercado Comum através do qual seriam abolidos os obstáculos à livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os estados-membros e passariam a ser desenvolvidas políticas económicas comuns. Forma-se assim um grande mercado sem fronteiras.
O sucesso económico da CEE e do Mercado Comum levou a que  cada vez mais países se tornassem membros, através de sucessivos alargamentos.
Alargamento e desenvolvimento da CEE
Os primeiros 15 anos da CEE caracterizaram-se por pequenos avanços com vista a atingir os objectivos do Tratado de Roma. A dinâmica da Europa dos Seis e os sucessos obtidos a nível do desenvolvimento global dos países que a constituíam motivaram outros estados europeus a pedir a adesão à CEE.
Assim, em 1973, a Europa dos Seis passou a Europa dos Nove, com a adesão do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca. Em 1981, aderiu a Grécia e em 1986 aderiram Portugal e Espanha. A Europa dos Nove passou, assim, a Europa dos Doze. Em 1995 aderem a CEE a República da Áustria, Finlândia e o Reino da Suécia – Europa dos quinze.
Em 2004 verificou-se a adesão de outros países do Leste da Europa, como a Polónia, a República Checa, a Hungria, a Eslovénia, a Eslováquia, a Letónia, a Estónia, a Lituânia, Chipre e, ainda, Malta. A Partir do ano 2004 a União Europeia passou, pois, a ser constituída por 25 Estados-membros.
A união económica e monetária
Em Fevereiro de 1992 foi assinado o Tratado de Maastricht, o qual entrou em vigor em Novembro de 1993. Neste tratado foram definidos os princípios fundamentais da Comunidade Europeia (CE) para a união económica e monetária, reforçando-se a perspectiva da união política. Desde essa data, a CEE passou a chamar-se União Europeia (UE).
De facto, o Tratado de Maastricht pôs em prática a união económica, monetária e política dos países membros da União Europeia e reforçou os poderes do Parlamento
Europeu, que passou a ser um dos mais importantes órgãos da UE constituídos por deputados directamente eleitos pelos cidadãos de cada estado-membro.
Funcionamento da União Europeia
Os principais órgãos de poder que garantem o funcionamento da União Europeia são:
- o Conselho de Ministros ( toma decisões sobre as leis comunitárias);
- a Comissão Europeia (faz propostas de leis relativas às políticas sectoriais);
- o Parlamento Europeu (tem funções consultivas e dá parecer sobre as propostas de lai da Comissão);
- o Tribunal de Justiça ou Tribunal Europeu (interpreta os textos jurídicos e julga os casos de litígio).
Nas políticas sectoriais destacam-se:
*a Política Agrícola Comum (PAC), para apoio à agricultura;
*o Fundo Social Europeu (FSE), para o desenvolvimento da formação  profissional e do emprego;
*o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), para apoiar as regiões mais atrasadas;
*o Sistema Monetário Europeu (antes da criação o do Euro), que assegurava a estabilidade das moedas europeias.
A União Europeia tem a maioria dos seus órgãos e das suas instituições a funcionar em Bruxelas (Bélgica), em Estrasburgo (França) e no Luxemburgo.


2.3.2. A RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E A RÁPIDA MODERNIZAÇÃO DO JAPÃO
O Japão saiu derrotado da Segunda Guerra Mundial tendo sofrido enormes perdas humanas e materiais. No fim da guerra a sua economia estava paralisada.
Após a rendição, o Japão foi ocupado pelos Estados Unidos, tendo ficado sob administração do general Mac Arthur entre 1945 e 1950. Este general empreendeu diversas reformas que levaram ao desenvolvimento de um regime democrático e a rápida recuperação da economia:
·         Reformou o ensino, de forma a melhorar a qualidade da mão de obra;
·         Distribuiu terras aos camponeses que assim passaram a proprietários, aumentando a produção;
·         Garantiu auxílio económico em matérias-primas, maquinarias e apoio técnico com vista ao desenvolvimento industrial.
Em 1951, o Japão recuperou a sua soberania e era já um país economicamente reconstruído. Contudo politicamente, sofria pressões dos seus vizinhos comunistas (URSS e a China). Temendo a instauração do comunismo e sob influência ideológica dos americanos, o Japão aliou-se aos Estados Unidos da América.
O desenvolvimento económico do Japão foi tão rápido que é habitual usar-se a designação de Milagre Japonês para o caracterizar.
O MILAGRE JAPONÊS
Em cerca de vinte anos o Japão transformou-se na terceira potência económica mundial e em 1984, passou a segunda (2ª) à seguir aos Estados Unidos.
Mas como se explica este milagre? Esta recuperação do Japão foi possível graças a uma  série de factores, dos quais se destacam:
-     Factores Demográficos: o Japão é um país superpovoado – actualmente tem mais de 130 milhões de habitantes, a grande maioria da sua população está concentrada em grandes cidades, como Tókyo, Osaca, Quioto, Nagoia, Cobé, Iocoama;
- Factores Humanos: uma mão-de-obra muito abundante, disciplinada, empreendedora, com elevado sentido cívico e formação técnica;
-    Cooperação entre o Estado e as grandes empresas: o estado protege a indústria da concorrência estrangeira (medidas proteccionistas) e as grandes empresas investem na formação dos seus funcionários;
-    Grandes avanços tecnológicos, sobretudo na electrónica e na robótica. 
O progresso da economia Japonesa verificou-se sobretudo nos sectores da construção naval (primeiro lugar mundial), das indústrias automóveis e electrotecnia, na produção de têxteis...
Actualmente, o Japão exporta produtos de grande qualidade, a preços competitivos, para os seus mercados concorrentes (Estados Unidos e União Europeia) e para todo mundo.   

Sem comentários:

Enviar um comentário