terça-feira, 24 de março de 2020

BATALHA DE KUITO KWANAVALE vs LIBERTAÇÃO DA ÁFRICA AUSTRAL - FAZER ESTE LINK É AUTÊNTICO PARADOXO


Foi precisamente o fim da Guerra Fria e concomitante as mudanças sociopolíticas e económicas que tiveram lugar na então URSS que justificam as transformações que tiveram lugar nos finais da década de 80 do século XX na sub região da África Austral (correlação de forças Fapla/cubanos vs Fala/forças sul africanas, independência da Namíbia e democratização na África do Sul). Ora vejamos: Após a morte de Leonidas Brejnev (1982), a URSS atravessou um período de transição até à chegada de Mikhail Gorbachev. Este político iniciou a democratização e a reestruturação da URSS. As transformações da URSS iniciado por Gorbachev representava, na realidade, a crise profunda e o reconhecimento da falência do modelo comunista.
As mudanças consistiram, sobretudo em:
• abrir a economia à iniciativa privada e ao investimento estrangeiro;
• realizar uma abertura política com o Ocidente, através de negociações diplomáticas para o desarmamento nuclear, contribuindo assim para o fim de guerra fria;
• a suspensão de grandes remessas financeiras aos países satélites da URSS (os países de leste europeu e Cuba).
Cuba e Angola que dependia economicamente e militarmente da URSS, ficaram totalmente debilitados, o que levou o enfraquecimento da coligação forças cubanas/faplas face a coligação forças sul africanos/falas... O que constatamos nos finais dos anos 80 do século XX, foi uma reviravolta no teatro de guerra em Angola: o governo do MPLA ficou confinado em algumas sedes províncias. Os angolanos que presenciaram estes momentos escuros da nossa história, podem testificar quão duro foram os três últimos anos, da década de 80 do século passado.
Em consciência pode-se afirmar que a libertação da África Austral (independência da Namíbia, Acordos de Bicesse e a democratização na África do Sul) foi uma consequência das mudanças lideradas por Mikhail Gorbachev na URSS e que levaram ao surgimento de um novo mapa político na Europa, com as revoluções empreendidas pelos países socialistas da Europa de Leste: desagregação da própria URSS, desmembramento da ex Jugoslávia em vários estados e a unificação das Alemanhas (RFA e RDA).
Vale aqui frisar também que a Batalha de Kuito Kwanavale era tutelada pelas superpotências de então (URSS e EUA), que visava o alargamento de suas áreas de influência. O mesmo aconteceu nos quatro cantos do planeta, onde americanos e soviéticos disputavam áreas de influência - tivemos disputas na Europa; na América Latina tivemos os casos da Nicarágua e El Salvador; na Ásia o conflito em Camboja e em África o conflito interno angolano.
Com o fim da guerra fria, vimos o pacíificar de várias regiões do mundo e deste modo a resolução de conflitos de forma pacífica.
Os factos históricos são como a casca de ginguba, que estando no fundo da água, teimosamente vem ao de cima!

segunda-feira, 2 de março de 2020

NUVENS ESCURAS EM ANGOLA E A BUSCA DA NOVA AURORA


Lamentavelmente, pouco ou nada se fala dos passivos amargos (das páginas negras) que marcaram a nossa jovem história, como país... os acontecimentos do pós Alvor, os actos de barbárie do 27 de Maio de 1977, os traumas da guerra civil, a sexta-feira sangrenta (Janeiro de 1993), os conflitos ligados à estratificação sociocultural dos nossos povos - só para lembrar que num passado recente, tínhamos uma certa elite (na era colonial) trajada de assimilada, hoje na Angola independente de neocolonialistas... É mesmo para reflectir e concluirmos quão importante é falarmos das nossas marcas sem tabus... Segundo Laura Pawson, jornalista e escritora britânica, entrevistando Teresa Cohen, então vice-ministra da Saúde, esta dizia a dado momento que se considerava europeia, não se sentindo confortável em ser considerada africana. É momento de nos sentarmos todos e sem escamas nos olhos, redefinirmos a Pátria de todos nós - angolanos sem distinção: sejam eles vindos (de origem) do Congo, de Portugal, e Cabo Verde, de S. Tomé, de Damão, Dio e Goa, de Timor Leste, Macau, de Moçambique, etc.
A grandiosidade da nossa Angola depende muito das sinceras valências dos povos que ontem e hoje compõem o nosso vasto mosaico socioracial e cultural. Deixemos de nos enganar e de mãos dadas edifiquemos uma nova Angola - onde o angolano vale por ser e não por ter.

O NOSSO POVO NÃO É PARVO

O NOSSO POVO NÃO É PARVO!!!!
Por isso e por favor parem com mentiras de lambear...
Até quando continuaremos enganando o nosso povo e em particular as mulheres angolanas?
Vamos ter todos a coragem de dizer ao nosso povo, que o 02 de Março não é dia da mulher angolana, mas sim dia da organização feminina do MPLA - a OMA. O que mais me espanta, são os pronunciamentos de algumas elites angolanas, que continuam a bater na mesma tecla... os agentes do Estado não devem comportar-se como agentes partidários, mas sim como instrumentos facilitadores na clarificação da consciência do nosso povo.
Não façamos dos símbolos partidários, símbolos nacionais... Vamos cerrar fileiras em torno daquilo que nos une. Promovendo maior solidariedade e harmonia entre os angolanos.
Vamos todos procurar construir uma Nação, onde os angolanos valem por ser e não por ter.