terça-feira, 14 de abril de 2020


QUESTIONÁRIO AVALIATIVO REFERENTE AOS CONTÉUDOS PROGRAMADOS.
(Responder o questionário com auxílio do manual de apoio de DES)

1-Como se caracterizaram as relações entre os EUA e a URSS no período pós 2ª Guerra Mundial?
2-Comenta a seguinte afirmação: ‘’Não ousando confrontar-se directamente, os EUA e a URSS apoiavam os respectivos aliados aliados lutando por zonas de influência, numa luta que conduziria ao Equilíbrio pelo Terror‘’.
3-Define Guerra Fria?
4-O que se entende por Mundo Bipolar?
5-Quais foram os principais objectivos do Plano Marshall?
6-Identifica os Blocos Militares que se formaram no Pós 2ª Guerra Mundial?
REFERENTE AO JAPÃO:
7-Como se processou a recuperação económica do Japão?
SOBRE O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E O RESSURGIMENTO DA EUROPA COMO POTÊNCIA
8-Quais foram as primeiras iniciativas com vista à formação de uma Europa unida?
9-Como evoluiu a CEE desde 1957 até 1995?
10-Quando é que a CEE passou a chamar-se UE (União Europeia)?
SOBRE A QUESTÃO DO TERCEIRO MUNDO
11-Quando e quem utilizou pela primeira vez a expressão Terceiro Mundo, assim como o significado?
12-Enuncia as principais características socioeconómicas dos Países do Terceiro Mundo?
13-A que se deve o elevado crescimento demográfico nos Países do Terceiro Mundo?
14-Qual é o significado de economia de subsistência?
15-Caracteriza os Fluxos Norte/Sul (as relações comerciais entre os países subdesenvolvidos com os países desenvolvidos industrializados)
16-Quais são os objectivos da Ajuda Internacional aos países do Terceiro?
REFERENTE AO MOVIMENTO DOS NÃO-ALINHADOS
17-Em que consistiu a política de não-alinhamento?
18-Justifica a seguinte afirmação: ‘’...os anos 70 e 80 do século XX caracterizaram-se por uma abertura ao dialogo Norte – Sul, procurando construir uma nova ordem económica mundial, um novo impulso para a paz e defesa dos direitos humanos.’’
OS NPI DA ÁSIA: FACTORES DE SUCESSO
19-Quais foram as semiperiferias do sudeste asiático que mais rapidamente tiveram sucesso na sua industrialização?
20-Quais foram os factores que permitiram o sucesso dos NPI da Ásia?
NPI DA AMÉRICA LATINA
21-Quais foram os NPI da América Latina, mais bem sucedidos na sua industrialização?
22-O que se entende por Mundo Multipolar?


*Resposta em referência:
13- R. O elevado crescimento demográfico nos países do Terceiro Mundo deve-se às altas taxas de natalidade e a factores sociais e psicológicos: casamentos precoces, gravidez fora do casamento, práticas de poligamia, ausência de planeamento familiar, falta de recursos ou desconhecimento de métodos contraceptivos.

18- R. Nas conferências das Nações Unidas sobre comércio e desenvolvimento, os países participantes reivindicaram a modificação do sistema económico internacional, os países do Terceiro Mundo forçam os países industrializados ao dialogo.  


Pf. Pedro Júnior Zólua
Telemóvel: 923302455 / 912663905

O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E O RESSURGIMENTO DA EUROPA COMO POTÊNCIA MUNDIAL


2.3. A REAFIRMAÇÃO DA EUROPA E A CONSOLIDAÇÃO DO JAPÃO
2.3.1. O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E O RESSURGIMENTO DA EUROPA COMO POTÊNCIA MUNDIAL
Os países da Europa Ocidental que aceitaram a ajuda dos Estados Unidos da América (E. U. A.) e escolheram a via da economia de mercado, organizaram-se para administrar e coordenar esse auxílio, criando para o efeito a OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica). A partir de 1961 passou a designar-se OCEDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico) com sede em Paris, juntando-se-lhe os EUA, Canada, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.
No ano de 1944, tinha surgido a ideia da criação de uma união aduaneira entre alguns países europeus, projecto que se veio a concretizar em 1948 com a criação do BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e a fundação do Conselho da Europa, em 1949, constituíram as primeiras experiências bem-sucedidas que encorajaram alguns políticos e ideólogos europeus a irem mais longe.
Em 1951, os países do BENELUX, juntamente com a França, a Itália e a República Federal da Alemanha, assinaram um Tratado que instituiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Este tratado é considerado o início da construção da Europa unida.
 A FORMAÇÃO DA CEE
Os países que compunham a CECA reuniram-se em 1957 e assinaram o Tratado de Roma, através do qual foram criadas a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de Energia Atómica (EURATOM).
Estava assim, criada o Mercado Comum através do qual seriam abolidos os obstáculos à livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os estados-membros e passariam a ser desenvolvidas políticas económicas comuns. Forma-se assim um grande mercado sem fronteiras.
O sucesso económico da CEE e do Mercado Comum levou a que  cada vez mais países se tornassem membros, através de sucessivos alargamentos.
Alargamento e desenvolvimento da CEE
Os primeiros 15 anos da CEE caracterizaram-se por pequenos avanços com vista a atingir os objectivos do Tratado de Roma. A dinâmica da Europa dos Seis e os sucessos obtidos a nível do desenvolvimento global dos países que a constituíam motivaram outros estados europeus a pedir a adesão à CEE.
Assim, em 1973, a Europa dos Seis passou a Europa dos Nove, com a adesão do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca. Em 1981, aderiu a Grécia e em 1986 aderiram Portugal e Espanha. A Europa dos Nove passou, assim, a Europa dos Doze. Em 1995 aderem a CEE a República da Áustria, Finlândia e o Reino da Suécia – Europa dos quinze.
Em 2004 verificou-se a adesão de outros países do Leste da Europa, como a Polónia, a República Checa, a Hungria, a Eslovénia, a Eslováquia, a Letónia, a Estónia, a Lituânia, Chipre e, ainda, Malta. A Partir do ano 2004 a União Europeia passou, pois, a ser constituída por 25 Estados-membros.
A união económica e monetária
Em Fevereiro de 1992 foi assinado o Tratado de Maastricht, o qual entrou em vigor em Novembro de 1993. Neste tratado foram definidos os princípios fundamentais da Comunidade Europeia (CE) para a união económica e monetária, reforçando-se a perspetiva da união política. Desde essa data, a CEE passou a chamar-se União Europeia (UE).
De facto, o Tratado de Maastricht pôs em prática a união económica, monetária e política dos países membros da União Europeia e reforçou os poderes do Parlamento
Europeu, que passou a ser um dos mais importantes órgãos da UE constituídos por deputados directamente eleitos pelos cidadãos de cada estado-membro.
Funcionamento da União Europeia
Os principais órgãos de poder que garantem o funcionamento da União Europeia são:
- o Conselho de Ministros ( toma decisões sobre as leis comunitárias);
- a Comissão Europeia (faz propostas de leis relativas às políticas sectoriais);
- o Parlamento Europeu (tem funções consultivas e dá parecer sobre as propostas de lai da Comissão);
- o Tribunal de Justiça ou Tribunal Europeu (interpreta os textos jurídicos e julga os casos de litígio).
Nas políticas sectoriais destacam-se:
*a Política Agrícola Comum (PAC), para apoio à agricultura;
*o Fundo Social Europeu (FSE), para o desenvolvimento da formação  profissional e do emprego;
*o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), para apoiar as regiões mais atrasadas;
*o Sistema Monetário Europeu (antes da criação o do Euro), que assegurava a estabilidade das moedas europeias.
A União Europeia tem a maioria dos seus órgãos e das suas instituições a funcionar em Bruxelas (Bélgica), em Estrasburgo (França) e no Luxemburgo.

2.3. A REAFIRMAÇÃO DA EUROPA E A CONSOLIDAÇÃO DO JAPÃO



2.3.1. O PROCESSO DE INTEGRAÇÃO E O RESSURGIMENTO DA EUROPA COMO POTÊNCIA MUNDIAL

Os países da Europa Ocidental que aceitaram a ajuda dos Estados Unidos da América (E. U. A.) e escolheram a via da economia de mercado, organizaram-se para administrar e coordenar esse auxílio, criando para o efeito a OECE (Organização Europeia de Cooperação Económica). A partir de 1961 passou a designar-se OCEDE (Organização de Cooperação e Desenvolvimento Económico) com sede em Paris, juntando-se-lhe os EUA, Canada, a Austrália, a Nova Zelândia e o Japão.
No ano de 1944, tinha surgido a ideia da criação de uma união aduaneira entre alguns países europeus, projecto que se veio a concretizar em 1948 com a criação do BENELUX (Bélgica, Holanda e Luxemburgo) e a fundação do Conselho da Europa, em 1949, constituíram as primeiras experiências bem-sucedidas que encorajaram alguns políticos e ideólogos europeus a irem mais longe.
Em 1951, os países do BENELUX, juntamente com a França, a Itália e a República Federal da Alemanha, assinaram um Tratado que instituiu a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Este tratado é considerado o início da construção da Europa unida.
 A FORMAÇÃO DA CEE
Os países que compunham a CECA reuniram-se em 1957 e assinaram o Tratado de Roma, através do qual foram criadas a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a Comunidade Europeia de Energia Atómica (EURATOM).
Estava assim, criada o Mercado Comum através do qual seriam abolidos os obstáculos à livre circulação de pessoas, serviços e capitais entre os estados-membros e passariam a ser desenvolvidas políticas económicas comuns. Forma-se assim um grande mercado sem fronteiras.
O sucesso económico da CEE e do Mercado Comum levou a que  cada vez mais países se tornassem membros, através de sucessivos alargamentos.
Alargamento e desenvolvimento da CEE
Os primeiros 15 anos da CEE caracterizaram-se por pequenos avanços com vista a atingir os objectivos do Tratado de Roma. A dinâmica da Europa dos Seis e os sucessos obtidos a nível do desenvolvimento global dos países que a constituíam motivaram outros estados europeus a pedir a adesão à CEE.
Assim, em 1973, a Europa dos Seis passou a Europa dos Nove, com a adesão do Reino Unido, da Irlanda e da Dinamarca. Em 1981, aderiu a Grécia e em 1986 aderiram Portugal e Espanha. A Europa dos Nove passou, assim, a Europa dos Doze. Em 1995 aderem a CEE a República da Áustria, Finlândia e o Reino da Suécia – Europa dos quinze.
Em 2004 verificou-se a adesão de outros países do Leste da Europa, como a Polónia, a República Checa, a Hungria, a Eslovénia, a Eslováquia, a Letónia, a Estónia, a Lituânia, Chipre e, ainda, Malta. A Partir do ano 2004 a União Europeia passou, pois, a ser constituída por 25 Estados-membros.
A união económica e monetária
Em Fevereiro de 1992 foi assinado o Tratado de Maastricht, o qual entrou em vigor em Novembro de 1993. Neste tratado foram definidos os princípios fundamentais da Comunidade Europeia (CE) para a união económica e monetária, reforçando-se a perspectiva da união política. Desde essa data, a CEE passou a chamar-se União Europeia (UE).
De facto, o Tratado de Maastricht pôs em prática a união económica, monetária e política dos países membros da União Europeia e reforçou os poderes do Parlamento
Europeu, que passou a ser um dos mais importantes órgãos da UE constituídos por deputados directamente eleitos pelos cidadãos de cada estado-membro.
Funcionamento da União Europeia
Os principais órgãos de poder que garantem o funcionamento da União Europeia são:
- o Conselho de Ministros ( toma decisões sobre as leis comunitárias);
- a Comissão Europeia (faz propostas de leis relativas às políticas sectoriais);
- o Parlamento Europeu (tem funções consultivas e dá parecer sobre as propostas de lai da Comissão);
- o Tribunal de Justiça ou Tribunal Europeu (interpreta os textos jurídicos e julga os casos de litígio).
Nas políticas sectoriais destacam-se:
*a Política Agrícola Comum (PAC), para apoio à agricultura;
*o Fundo Social Europeu (FSE), para o desenvolvimento da formação  profissional e do emprego;
*o Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), para apoiar as regiões mais atrasadas;
*o Sistema Monetário Europeu (antes da criação o do Euro), que assegurava a estabilidade das moedas europeias.
A União Europeia tem a maioria dos seus órgãos e das suas instituições a funcionar em Bruxelas (Bélgica), em Estrasburgo (França) e no Luxemburgo.


2.3.2. A RECUPERAÇÃO ECONÓMICA E A RÁPIDA MODERNIZAÇÃO DO JAPÃO
O Japão saiu derrotado da Segunda Guerra Mundial tendo sofrido enormes perdas humanas e materiais. No fim da guerra a sua economia estava paralisada.
Após a rendição, o Japão foi ocupado pelos Estados Unidos, tendo ficado sob administração do general Mac Arthur entre 1945 e 1950. Este general empreendeu diversas reformas que levaram ao desenvolvimento de um regime democrático e a rápida recuperação da economia:
·         Reformou o ensino, de forma a melhorar a qualidade da mão de obra;
·         Distribuiu terras aos camponeses que assim passaram a proprietários, aumentando a produção;
·         Garantiu auxílio económico em matérias-primas, maquinarias e apoio técnico com vista ao desenvolvimento industrial.
Em 1951, o Japão recuperou a sua soberania e era já um país economicamente reconstruído. Contudo politicamente, sofria pressões dos seus vizinhos comunistas (URSS e a China). Temendo a instauração do comunismo e sob influência ideológica dos americanos, o Japão aliou-se aos Estados Unidos da América.
O desenvolvimento económico do Japão foi tão rápido que é habitual usar-se a designação de Milagre Japonês para o caracterizar.
O MILAGRE JAPONÊS
Em cerca de vinte anos o Japão transformou-se na terceira potência económica mundial e em 1984, passou a segunda (2ª) à seguir aos Estados Unidos.
Mas como se explica este milagre? Esta recuperação do Japão foi possível graças a uma  série de factores, dos quais se destacam:
-     Factores Demográficos: o Japão é um país superpovoado – actualmente tem mais de 130 milhões de habitantes, a grande maioria da sua população está concentrada em grandes cidades, como Tókyo, Osaca, Quioto, Nagoia, Cobé, Iocoama;
- Factores Humanos: uma mão-de-obra muito abundante, disciplinada, empreendedora, com elevado sentido cívico e formação técnica;
-    Cooperação entre o Estado e as grandes empresas: o estado protege a indústria da concorrência estrangeira (medidas proteccionistas) e as grandes empresas investem na formação dos seus funcionários;
-    Grandes avanços tecnológicos, sobretudo na electrónica e na robótica. 
O progresso da economia Japonesa verificou-se sobretudo nos sectores da construção naval (primeiro lugar mundial), das indústrias automóveis e electrotecnia, na produção de têxteis...
Actualmente, o Japão exporta produtos de grande qualidade, a preços competitivos, para os seus mercados concorrentes (Estados Unidos e União Europeia) e para todo mundo.   

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS


2.2.5 O PAPEL DA ONU (ORGANIZAÇÕES NAÇÕES UNIDAS) NA PROCURA DO DESANUVIAMENTO E NA CONSOLIDAÇÃO DOS FRÁGEIS EQUILÍBRIOS EMERGENTES DO PÓS-GUERRA.
Ainda a 2ª Guerra Mundial não tinha terminado e já se sentia a necessidade de uma nova organização mundial, que procurasse assegurar a paz entre cos povos.  De facto, era necessário garantir que, no futuro, as nações trabalhassem em conjunto para evitarem novos conflitos. Foi na Conferência de Dumbarton Oaks (de 21 de Agosto à 7 de Outubro de 1944), em que tomaram parte os Estados Unidos, a Inglaterra, a URSS e a China, que foram traçadas as linhas gerais do que viria a ser a Organização das Nações Unidas. E quando em Fevereiro de 1945, Roosevelt, Churchill e Estaline se reuniram em Ialta, além de tratarem da repartição das zonas de influência defenderam um papel preponderante para as grandes potências e manifestaram a vontade da convocação de uma Conferência das Nações Unidas.  
A Carta das Nações Unidas foi finalmente assinada em S.Francisco (EUA), pelos Delegados de 50 países, tendo entrado em vigor em 24 de Outubro de 1945, dando assim, como aprovada  a criação de uma organização para a preservação da paz: a Organização das Nações Unidas – ONU.
Os principais objectivos da ONU são:
·         Salvaguardar (Proteger) as gerações vindouras do flagelo da guerra, ou seja, evitar novos conflitos e manter a paz no mundo;
·         Reafirmar a fé nos direitos humanos fundamentais;
·         Criar condições para a manutenção da justiça e o respeito pela lei internacional;
·         Promover o progresso social.
Os países fundadores das Nações Unidas: África do Sul, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Bolívia, Brasil, Canada, Checoslováquia, Chile, China, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Dinamarca, Egipto, Equador, Estados Unidos da América, Etiópia, França, Filipinas, Grécia, Guatemala, Haiti, Holanda, Honduras, Índia, Irão, Iraque, Jugoslávia, Líbano, Libéria, Luxemburgo, México, Nicarágua, Noruega, Nova Zelândia, Panamá, Paraguai, Perú, Polónia, Reino Unido, República Dominicana, El Salvador, síria, Turquia, Uruguai, Rússia (mais Bielorrússia e Ucrânia) e Venezuela.   
Sob a jurisdição da ONU, funcionam diversas Instituições Especializadas, que têm uma grande importância a nível mundial, nos mais diversos domínios.
A ONU tem tido desde a sua fundação, um valioso papel na cooperação internacional, na acção das suas Instituições Especializadas, na procura de solução para os conflitos regionais e na promoção dos direitos humanos e liberdades fundamentais ( em 1948 a ONU aprovou a Declaração Universal dos Direitos do Homem).





2.2. OS CONFLITOS E OS EQUILÍBRIOS NUM MUNDO BIPOLAR



2.2.1. UM MUNDO BIPOLAR: LEGADO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Depois de terem lutado como aliados durante a 2ª Guerra Mundial Americanos e Soviéticos converteram-se em inimigos. Esta oposição explica-se pelas ideologias políticas e económicas que perfilhavam: os EUA seguiam o Capitalismo, a URSS o Comunismo-Socialismo.
Formaram-se, então, dois blocos antagónicos: por um lado, os países capitalistas, liderados pelos EUA; por outro, os países Socialistas-Comunistas e anticapitalista, liderados pela URSS. Foi o período da Guerra Fria
2.2.2. A RADICALIZAÇÃO IDEOLÓGICA E A GUERRA FRIA; a Formação de um Mundo Bipolar
O clima de Guerra Fria levou as duas superpotências mundiais a uma corrida aos armamentos, que incluía as armas nucleares e o apoio aos conflitos localizados. Foi também um período de espionagem intensa, com a intervenção das polícias secretas, nomeadamente a CIA (EUA) e o KGB (URSS).
Não ousando, porém, confrontar-se directamente, EUA e URSS passaram a apoiar os seus aliados em conflitos regionais, fornecendo tropas, conselheiros e material de guerra. Desenvolveu-se, assim, a luta por zonas de influência que originou um mundo bipolar. Esta luta conduziria ao «equilíbrio pelo terror».
O primeiro faco de tensão entre a URSS e os EUA ocorreu com a Questão de Berlim (1948 – 1949) que conduziu não só a continuação da divisão daquela cidade, mas também à divisão da própria Alemanha em duas: a Alemanha de Leste – que iria adoptar a designação de República Democrática Alemã – RDA e a Alemanha Ocidental – que adoptaria o nome de República Federal da Alemanha – RFA. Esta divisão da Alemanha prefigurou, a divisão da Europa em dois blocos separados pela ‘’cortina de ferro’’.
A guerra da Coreia 1950 – 1951), a guerra da Indochina, e a crise de Cuba (1962) constituíram algumas das questões que conduziram a alguns problemas que ameaçaram a paz mundial.
Com o desenvolvimento das armas nucleares e os mísseis intercontinentais, as duas superpotências ficaram em situação de cada uma delas poder destruir ou ser destruída pela outra em caso de guerra. No entanto, o receio de uma guerra nuclear levou as duas potências ao diálogo no sentido da construção de uma política de coexistência pacífica.
O que se entende então por guerra fria?
 Guerra Fria é nome dado ao período de grande antagonismo e de forte tensão entre os EUA e a URSS, a partir do final da 2ª Guerra Mundial; apesar de não ter havido um conflito armado, houve constantes provocações mútuas, temendo-se a deflagração de uma nova guerra mundial. 
2.2.3. RECONSTRUÇÃO DA EUROPA E A CONSTITUIÇÃO DE ORGANIZAÇÕES POLÍTICO-MILITARES
Após a Segunda Guerra Mundial os EUA e a URSS tornaram-se nas duas Superpotências Mundiais. A Europa Ocidental contou com a ajuda do Plano Marshall para a sua reconstrução e a Europa de Leste inseriu-se no COMECON liderado pela URSS. Em paralelo formaram-se dois blocos militares antagónicos: a NATO ou OTAN (Organização do tratado Atlântico Norte) e o PACTO DE VARSÓVIA. Esta política de blocos deu origem a um clima de Guerra Fria.
A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA
A Europa, arruinada e endividada, saiu profundamente abalada da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desenvolveram então um plano de ajuda para a reconstrução dos países europeus.
Em 1948, o presidente Truman aprovou um programa para a reconstrução dos países da Europa Ocidental, devastados pela guerra. Esse programa viria a ser conhecido por PLANO MARSHALL – nome do general americano que se distinguiu na proposta e na defesa desse plano.
     Os principais objectivos deste plano eram:
      - ajudar economicamente a Europa Ocidental, reconstruindo as indústrias e reativando o comércio;
       - reforçar a posição dos EUA como superpotência e a sua hegemonia que já se fazia sentir desde o fim da Primeira Grande Guerra;
       - evitar o avanço do Comunismo: uma Europa debilitada poderia ser um campo aberto à entrada do Comunismo e da influência Soviética.
2.2.4. UM EQUILÍBRIO GEOPOLÍTICO INSTÁVEL                                                                     
A URSS recusou-se a ser beneficiária do Plano Marshall e convenceu os governos dos países da Europa de Leste a fazerem o mesmo. Em contrapartida, em 1949, a URSS constituiu com os países do Leste Europeu o Conselho de Assistência Económica Mútua – COMECON.
A Europa passou assim a estar dividida em dois blocos.
Cada um dos blocos procurou reforçar-se económica, política e militarmente:
     - economicamente, o Bloco Ocidental beneficiou do Plano Marshall, e a Europa de Leste do COMECON;
     - militarmente, foi criada, em 1949, a NATO ou OTAN (Organização do Tratado             Atlântico Norte); em 1955, o bloco de Leste responde com a criação do Pacto de Varsóvia;
     - politicamente, acentuaram-se as tendências da democracia e do capitalismo no ocidente e do socialismo... no leste.
Esta oposição alastrou-se para além da Europa. Na Ásia, os comunistas, liderados por Mao tsé-Tung, implantaram a República Popular da China em 1949. Também na Coreia do Norte e na Indochina se implantaram regimes comunistas, na década de 1950.
A formação dos blocos levou a uma situação de tensão militar, ideológica e diplomática permanente. Esta tensão permanente gerou um clima internacional que ficou conhecido por Guerra Fria.


2.1.5 A ESTAGNAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO EUROPEU E AS GUERRAS IMPERIALISTAS



Nota Importante: estudar tudo sobre 1ª e 2ª Guerras Mundiais (consultar páginas de 32 à 38 no manual de apoio de DES)
O fim da Primeira Guerra Mundial marcou o início do declínio  da Europa no controlo e domínio do mundo e a ascensão dos Estados Unidos. O fim da Segunda Guerra Mundial levou a criação de uma  Nova Ordem Mundial, dominada por duas Super Potências vitoriosas: Os Estados Unidos da América (EUA) e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).     
AS TRANSFORMAÇÕES ECONÓMICAS NO APÓS-GUERRA NO MUNDO OCIDENTAL
A 1ª Guerra Mundial trouxe consequências Demográficas, Económicas e Sociais, abalando profundamente a Europa e marcando o fim da supremacia europeia.
Os EUA, pelo contrário, conheceram um grande desenvolvimento, elevando-se à posição de primeira potência mundial. Para tal, muito contribuíram os novos métodos de produção e organização do trabalho.
O FIM DA SUPERMACIA EUROPEIA
A Europa, principal palco da 1ª Grande Guerra, sai profundamente abalada deste conflito. As consequências da guerra fizeram-se sentir a vários níveis:
* Político - Queda dos grandes impérios e aparecimento de novos estados; definiu-se um novo mapa político na Europa.
* Demográfico - Cerca de 1 milhões de pessoas morreram e perto de 22 milhões ficaram inválidos. A Europa perdeu assim perto de um décimo (1/10) da sua população activa, o que se iria reflectir numa grande diminuição da mão-de-obra e numa redução da natalidade.
* Económico e financeiro - Milhares de fábricas, campos e vias de comunicação ficaram destruídos; a produção agrícola e industrial baixou vertiginosamente; os preços subiram devido à pouca oferta de bens, para fazer face às despesas da guerra, os governos europeus puseram em circulação grande quantidade de moeda e recorreram a empréstimos. Tudo isto conduziu à desvalorização da moeda e ao aumento da inflação. 
* Social - A fome o e o desemprego alastraram pela Europa. As classes médias e os rendeiros empobreceram, o que fez aumentar a agitação social e as lutas sindicais. As mulheres, que antes da guerra não trabalhavam fora de casa, entraram definitivamente no mundo do trabalho e ganharam importância política, conquistando progressivamente o direito de voto.
A 1ª Guerra Mundial marcou assim o fim da supremacia europeia e o início de uma época de prosperidade para outros países, principalmente os EUA.

2. DIVERSIFICAÇÃO E MUTABILIDADE DOS CENTROS DE PODER E DECISÃO NO SÉCULO XX



2.1. A Europa e os Estados Unidos na Primeira Metade do Século XX
2.1.1. O Papel da Colonização e a Expansão do Poderio Europeu
A Primeira Europeização do mundo inicia com os descobrimentos, a partir dos finais do século XV. Portugal e Espanha lideraram inicialmente a expansão marítima sendo depois seguidos por outros países europeus com preponderância a Inglaterra.
Até a primeira metade do século XX a Europa ocupava um lugar privilegiado e hegemónico. Neste período a superioridade europeia sobre os restantes continentes verificava-se em vários aspectos: nos aspectos políticos, económico-financeiros, técnico-científico e cultural. Podemos concluir que até princípios do século XX a Europa dominava o mundo.
No decorrer do século XIX, vai ocorrer a Segunda Europeização como consequência da Revolução Industrial. A segunda metade do século XIX trouxe também muitas alterações. As economias europeias desenvolveram-se e o consumo aumentou.
Para fazer face à estas mudanças as potências industrializadas procuraram obter matérias primas nas suas áreas de influência.
2.1.2. A Industrialização e o Desenvolvimento Tecnológico
A Revolução Industrial que teve o seu início na Grã-Bretanha entre 1755 e 1800, com a invenção da máquina a vapor e posteriormente, a partir de 1824, com a difusão da locomotiva, e que se alargaram depois a todo o continente europeu: 1º à França e Bélgica, depois à Alemanha, Itália e Rússia. Estes países com subsolos ricos em carvão e ferro, adaptaram a tecnologia inglesa e avançaram para sua industrialização, abalando assim a hegemonia britânica.
Rapidamente a expansão industrial, com o surgimento do barco a vapor, vai atingir a outra margem do Atlântico e potenciar a rápida Industrialização dos Estados Unidos, que cedo acabam por atingir a liderança da produção mundial. Do outro lado do mundo, outra futura potência mundial, o Japão, inicia também a sua industrialização em finais do século XIX.
A química deixa de se confinar ao laboratório e entra na fábrica, dando origem a uma infinidade de novos produtos industriais (adubos, corantes, alumínio, explosivos etc...). Progressos na Física (grandes invenções): ondas de rádio, raios X, radioatividade, lâmpada elétrica, telefone, telégrafo... No campo da medicina surgem as vacinas e os antissépticos.
As novas tecnologias revolucionaram tudo.  O modo de vida das populações transforma-se radicalmente com a nova sociedade da comunicação e dos transportes. É assim que, a partir dos meados do século XIX, a expansão gigantesca dos transportes revolucionam as estruturas da economia e da sociedade
2.1.3. A Ascensão dos Estados Unidos.
Vários factores contribuíram para que os Estados Unidos se tornassem tão rapidamente numa potência, não obstante ter sido inicialmente uma colonia.
O rápido desenvolvimento económico dos Estados Unidos foi o resultado da conjugação de diversos factores desde a dimensão (os EUA tem uma superfície de 9.363.000 Km2, são excedidos apenas em superfície pela Rússia, China e Canada) e riqueza do território, a capacidade inovadora da sua população aliada a uma efícaz política de transporte que garantia a mobilidade de pessoas e mercadorias.
A livre empresa e a dimensão do mercado intenso estão na base do acelerado crescimento económico, que cedo transformou os Estados Unidos da América numa potência mundial.
2.1.4. A Afirmação da URSS
No início da Primeira Guerra Mundial (1914) reinava o czar Nicolau II sobre um império multinacional (a Rússia) que, embora vasto, era muito atrasado.
Uma população maioritariamente camponesa. Todavia, na Rússia estavam a operar-se transformações resultantes de um processo de industrialização acelerada. Tal deu origem, nas principais cidades, ao aparecimento de uma classe operária que, explorada e mal paga, se estava a transformar numa poderosa força de luta contra o regime autocrático.
As ideias socialistas que se desenvolviam na Europa conquistaram os sindicalistas russos, os quais passaram a exercer uma grande influência.
A revolução triunfante de Outubro de 1917 conhecida também por Revolução Bolchevista, permitiu a criação do primeiro Estado Socialista capaz de transformar um país atrasado, como era a Rússia numa potência económica, passados pouco mais de vinte anos.
A revolução que começou na Rússia estendeu-se progressivamente a outros territórios e repúblicas que se foram unindo em torno da República Russa. O objectivo era a conjugação de esforços com vista a recuperação económica , transformando-se numa força poderosa capaz de influenciar na situação internacional. Foi assim que em 1922 foi proclamada a criação do Estado Socialista Soviético Plurinacional – a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Em 1939 a URSS, tornou-se a segunda potência industrial , a seguir aos Estados Unidos, e apostava no seu objectivo de se tornar a maior potência militar do mundo.
A estratégica usada pela URSS foi a planificação centralizada. Os resultados foram rapidamente visíveis. A produção do ferro, carvão, aço, eletricidade e maquinaria aumentou extraordinariamente.
Isto se explica que quando eclodiu a Segunda Guerra Mundial a URSS já estivesse em condições de desempenhar um importante papel ao lado dos aliados e que, no fim da guerra, surgisse como uma das grandes potências vencedoras.
A URSS foi extinta em 1991. O seu fim pacífico foi o resultado das transformações ocorridas dois anos antes, por iniciativa de Mikhael Gorbachev, o último presidente deste enorme país, e que ficaram conhecidas por PERESTROIKA.

1.2.5 O PROBLEMA DA MEDIÇÃO DO DESENVOLVIMENTO



           - MEDIÇÃO DO NÍVEL DE DESENVOLVIMENTO HUMANO DOS PAÍSES
A medida do desempenho de uma qualquer sociedade é feita através de indicadores. Estes são a expressão numérica de fenómenos económicos, demográficos, sociais e culturais. Através deles, poderemos formar uma ideia mais ou menos precisa dos diferentes aspectos de uma sociedade e da forma como foi evoluindo. Permitem-nos também fazer estudos comparativos entre regiões, países ou grupos dentro de uma mesma área geográfica, detectando desvios de diversa ordem.
Assim, numa primeira fase, em que a principal preocupação no campo do desenvolvimento era o aumento da produção, os principais indicadores usados eram sobretudo os económicos: PIB (Produto Interno Bruto) ou o PNB (Produto Nacional Bruto).
O índice da Renda percapita é uma medida simples e operacional, mas tem limitações e pode apresentar distorções. Por isso, vem se tentando melhorá-lo, aperfeiçoando as suas estimativas (como por exemplo, aditando-se nas comparações internacionais, indicadores calculados com base no método da paridade do poder de compra, ao invés das taxas de câmbio oficiais), seja complementando-o com outros indicadores como Educação (grau de alfabetização) e Saúde (expectativa de vida), para definir um índice de Desenvolvimento Humano (IDH) ou de qualidade de vida. Nem sempre os países com mais alta renda percapita são os de mais alto nível de qualidade de vida. Repare por exemplo na Tabela abaixo, o Canadá está na 5ª posição do ponto de vista do Produto percapita, mas tem o 3º lugar em qualidade de vida. Já o Luxemburgo tem o 43º lugar em produto per capita, mas ocupa o 19ª posição em termos de qualidade de vida.
O quê então o IDH (Indicador de Desenvolvimento Humano)? É uma medida resumida do progresso a longo prazo em três dimensões básicas do Desenvolvimento Humano: RENDA, EDUCAÇÃO E SAÚDE. O objectivo da criação do IDH foi o de oferecer um contraponto a outro indicador muito utilizado, o Produto Interno Bruto (PIB) percapita, que considera apenas a dimensão económica do desenvolvimento. 






TABELA DO RANKING DE ALGUNS PAÍSES SEGUNDO O DESENVOLVIMENTO HUMANO   
Refº ao Ano de 2015
Posição na classificação
Países Classificados de acordo com
        Produto per capita
                 IDH
1º  
2º 
3º 
4º 
5º 
6º 
8º 
9º 
14º
18º
19º
20º
28º
33º
35º
43º
46º
60º
74º
75º
90º
116º
149º


ESTADOS UNIDOS
CHINA
JAPÃO
ALEMANHA
CANADA
REINO UNIDO FRANÇA




NORUEGA

ÁFRICA DO SUL
ISRAEL
PORTUGAL

LUXEMBURGO



ANGOLA
NORUEGA
AUSTRÁLIA
CANADA
SUÍÇA
DINAMARCA
PAÍSES BAIXOS
ALEMANHA
ESTADOS UNIDOS
REINO UNIDO
ISRAEL
LUXEMBURGO
JAPÃO
FRANÇA 

PORTUGAL




BRASIL

CHINA

África DO SUL
ANGOLA



Em 1995, o relatório do Desenvolvimento Humano introduziu o Índice de Desenvolvimento Ajustado ao Género ou sexo (IDG) (IDS) e a Medida de Participação Ajustada ao Género (MPG), são medidas que refletem as desigualdades entre os sexos no Desenvolvimento Humano.
O IDG ajusta a realização média em cada país em esperança de vida, nível educacional e rendimento, de acordo com as disponibilidades entre as mulheres e os homens. Considera-se assim a desigualdade em função do sexo.
A MPG procura medir a aquisição relativa de poder por mulheres e homens nas esferas da actividade política e económica, permitindo avaliar se as mulheres têm ou não condições para participar activamente na vida política e económica do país.
No relatório do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) de 1997 foi introduzido o conceito de Pobreza Humana e construiu um índice composto para medir o índice de Pobreza Humana (IPH) dos países em via de desenvolvimento, que tem a ver com a privação de elementos essências da vida humana, como por exemplo: baixa da duração da vida humana, não acesso ao conhecimento e ao rendimento.
Constatou-se também que não são os países mais ricos que estão melhor colocados neste índice. Por isso no relatório de 1998 avançou-se com um índice para medir a Pobreza Humana nos países industrializados, a que foi dada a designação de IPH2 (o anterior passou a designar-se por IPH1).
·         Outras caracterizações:
- Os novos países Industrializados (NPI);
- Países Desenvolvidos (PD);
- Países Industrializados (PI);
- Países em via de Desenvolvimento (PVD);
- Países Menos Avançados (PMA);
- Terceiro Mundo.

1.2.6. Desenvolvimento Regional e Local
Uma economia nacional só é forte se não existirem desequilíbrios no desenvolvimento das regiões. O desenvolvimento do país é melhor alcançado através da regionalização. Nisto o desenvolvimento do país seria uma consequência do desenvolvimento regional.
A problemática ligada ao desenvolvimento regional, caracterizam-se em duas visões opostas: a Visão Funcionalista  e a Visão Territorialista
1-A Visão Funcionalista tem a ver com conceitos de crescimento ligados nos modelos tipo “centro-periferia”, tendo como preocupação os aspectos ou seja as grandes metas macroeconómicas.
2-A Visão Territorialista, tem haver com pressuposto de “integração territorial de desenvolvimento” refere-se a um conjunto de iniciativas inovadoras, que pretendem dar respostas as insuficiências da política de desenvolvimento regional, que consiste na resolução das necessidades essências da localidade.
As políticas de desenvolvimento regional, são consideradas fundamentais no combate às assimetrias entre as regiões.


1.2.4 O DIREITO AO DESENVOLVIMENTO


1.2.4. O Direito ao Desenvolvimento
A questão da problemática dos Direitos Humanos remonta desde o século XVIII com precedentes na Inglaterra (1688) e na Constituição Americana (1787), mas foi a Revolução Francesa de 1789, que abriu caminho ao difícil processo dos direitos humano, ao estabelecer, na Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, princípios que consideravam válidos para toda humanidade, quiseram realizar o sonho de emancipação que marcou o século. 
Foram os valores da liberdade, igualdade e fraternidade, saídos da Revolução Francesa que consagrou os direitos cíveis e políticos (direito à vida, a prosperidade, de voto, de associação etc...). Surge assim a 1ª Geração Dos Direitos Do Homem.
No período entre 1830 – 1840 começaram afirmar-se os direitos económicos e sociais, em resposta as péssimas condições de vida da classe operária surgida com a Revolução Industrial (direito ao trabalho, à greve, `protecção social etc...). É a 2ª Geração Dos Direitos Do Homem.
Os actos de barbárie cometidos durante a Segunda Guerra Mundial levou a que a 10 de Dezembro de 1948, tenha sido aprovada pela Assembleia Geral das Nações Unidas a Declaração Universal dos Direitos do Homem, como ideal a atingir por todos os povos e nações. A partir daqui alargam-se os direitos às liberdades cíveis e políticas, nomeadamente o direito à satisfação de necessidades vitais primárias ou essenciais. Proclama-se o direito da integridade de qualquer cidadão (proibição da tortura e de penas ou tratamentos cruéis ou degradantes).
Na década de 60 do século XX tomou-se consciência do respeito para como ambiente (a sua protecção). Surge assim a 3ª Geração Dos Direitos do Homem: Direito à Paz a um ambiente são, ao património comum da humanidade (bens comuns como os oceanos...) o Direito ao Desenvolvimento.


1. MUDANÇA E DESENVOLVIMENTO



1.2 Do crescimento ao desenvolvimento
1.2.1. Crescimento e desenvolvimento dois aspectos da mesma realidade
O crescimento é um fenómeno de natureza quantitativa, que se caracteriza num aumento ou seja define a evolução da actividade económica. Referindo-se precisamente a quantidade de bens e serviços produzidos numa determinada sociedade e posta a disposição das pessoas.
O conceito de Desenvolvimento vem do conceito de Crescimento, pois os seus elementos económicos ligados ao Desenvolvimento são parte do Crescimento. No entanto o Desenvolvimento engloba muito mais do que os elementos económicos, pois envolve alterações qualitativas.
Vemos, então, que o crescimento não é um fim em si, mas um índice do ritmo do desenvolvimento 
1.2.2 O Caracter Dinâmico do Conceito de Desenvolvimento
O conceito de Crescimento e de Desenvolvimento só entram no vocabulário económico e político após a Segunda Guerra Mundial, face as necessidades de reconstrução e reabilitação das economias destruídas pela guerra e aos processos de descolonização.
Inicialmente, as políticas de desenvolvimento orientavam-se para um elevado crescimento do PIB per capita através da industrialização. Acreditava-se que o crescimento económico, apesar de gerar desigualdades no início acabaria por trazer mudanças qualitativas.
Perante a falência dos resultados, tomou-se consciência de que o simples crescimento económico não acarretava forçosamente o desenvolvimento nem a diminuição das desigualdades.
A partir do final dos anos 70 do século XX surgem novas teorias centradas na articulação entre o Económico e o Social, que propunham a satisfação das necessidades básicas da população, assim como políticas de redistribuição do rendimento.
1.2.3. Aspectos Relevantes do Desenvolvimento Humano e do Desenvolvimento Sustentável
*Desenvolvimento Humano
O conceito de desenvolvimento humano surge em 1990 no Relatório Mundial sobre o Desenvolvimento Humano, editado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
 Pela primeira vez, uma definição de “desenvolvimento” considera que a sua finalidade última terá de ser o próprio desenvolvimento da pessoa humana em todas as suas dimensões, designadamente na mais fundamental: a liberdade de escolher e realizar o seu próprio projecto de Desenvolvimento.
Neste contexto é aceitável o desejo de as pessoas aspirarem à riqueza, é igualmente legítimo pretender viver mais tempo, aumentarem os seus conhecimentos, usufruir de um ambiente saudável, ter um emprego estável, direito a segurança social e a participação activa na vida da sua comunidade. 
 Para medir o desenvolvimento humano foi criado um Indicador de Desenvolvimento Humano (IDH).
O IDH é um indicador composto que procura medir o grau de desenvolvimento humano dos países, para além do mero rendimento por habitante. Baseia-se em três elementos essenciais da vida humana: a longevidade, o saber e o nível de vida, que são calculados da seguinte maneira: 
- a longevidade é ´medida pelo número médio de anos de esperança de vida;
- o saber é uma medida que permite aferir o grau de educação e instrução da população;
- o nível de vida é medido pelo poder de compra calculado a partir da ponderação do PIB real por habitante.
*Desenvolvimento Sustentável
O desenvolvimento sustentável é um desenvolvimento que permite dar resposta às necessidades da geração presente, sem comprometer a possibilidade de desenvolvimento das gerações futuras. O Desenvolvimento Sustentável contém em si dois (2) conceitos básicos:
- o conceito de ‘’necessidades’’;
- o conceito de ‘’limites’’
Os limites finitos do desenvolvimento mundial, a nível global, significam que as sociedades têm de gerir de forma inovadora os complexos problemas com que se defrontam e que ultrapassam o princípio da soberania nacional. No entanto, gerir a complexidade ainda não é um processo adquirido. Os problemas e desafios actuais têm mostrado que as sociedades ainda não estão inteiramente preparadas para resolvê-los. Isto significa, que questões globais exigem soluções globais, com vista a um desenvolvimento sustentado.
A prossecução do desenvolvimento sustentável exige:
*um sistema político, que assegure a participação activa dos cidadãos;
*um sistema económico, capaz de gerar excedentes e conhecimentos técnicos numa base fiável e permanente;
*um sistema social, que providencie soluções de combate às desigualdades;
*um sistema de produção, que respeite a base ecológica para o desenvolvimento;
*um sistema tecnológico, que procure sistematicamente novas soluções;
*um sistema internacional, que fomente padrões sustentáveis de comércio e financiamento;
*um sistema administrativo, que tenha a flexibilidade e a capacidade necessárias para se autocorrigir.