terça-feira, 14 de abril de 2020

2.2. OS CONFLITOS E OS EQUILÍBRIOS NUM MUNDO BIPOLAR



2.2.1. UM MUNDO BIPOLAR: LEGADO DA SEGUNDA GUERRA MUNDIAL
Depois de terem lutado como aliados durante a 2ª Guerra Mundial Americanos e Soviéticos converteram-se em inimigos. Esta oposição explica-se pelas ideologias políticas e económicas que perfilhavam: os EUA seguiam o Capitalismo, a URSS o Comunismo-Socialismo.
Formaram-se, então, dois blocos antagónicos: por um lado, os países capitalistas, liderados pelos EUA; por outro, os países Socialistas-Comunistas e anticapitalista, liderados pela URSS. Foi o período da Guerra Fria
2.2.2. A RADICALIZAÇÃO IDEOLÓGICA E A GUERRA FRIA; a Formação de um Mundo Bipolar
O clima de Guerra Fria levou as duas superpotências mundiais a uma corrida aos armamentos, que incluía as armas nucleares e o apoio aos conflitos localizados. Foi também um período de espionagem intensa, com a intervenção das polícias secretas, nomeadamente a CIA (EUA) e o KGB (URSS).
Não ousando, porém, confrontar-se directamente, EUA e URSS passaram a apoiar os seus aliados em conflitos regionais, fornecendo tropas, conselheiros e material de guerra. Desenvolveu-se, assim, a luta por zonas de influência que originou um mundo bipolar. Esta luta conduziria ao «equilíbrio pelo terror».
O primeiro faco de tensão entre a URSS e os EUA ocorreu com a Questão de Berlim (1948 – 1949) que conduziu não só a continuação da divisão daquela cidade, mas também à divisão da própria Alemanha em duas: a Alemanha de Leste – que iria adoptar a designação de República Democrática Alemã – RDA e a Alemanha Ocidental – que adoptaria o nome de República Federal da Alemanha – RFA. Esta divisão da Alemanha prefigurou, a divisão da Europa em dois blocos separados pela ‘’cortina de ferro’’.
A guerra da Coreia 1950 – 1951), a guerra da Indochina, e a crise de Cuba (1962) constituíram algumas das questões que conduziram a alguns problemas que ameaçaram a paz mundial.
Com o desenvolvimento das armas nucleares e os mísseis intercontinentais, as duas superpotências ficaram em situação de cada uma delas poder destruir ou ser destruída pela outra em caso de guerra. No entanto, o receio de uma guerra nuclear levou as duas potências ao diálogo no sentido da construção de uma política de coexistência pacífica.
O que se entende então por guerra fria?
 Guerra Fria é nome dado ao período de grande antagonismo e de forte tensão entre os EUA e a URSS, a partir do final da 2ª Guerra Mundial; apesar de não ter havido um conflito armado, houve constantes provocações mútuas, temendo-se a deflagração de uma nova guerra mundial. 
2.2.3. RECONSTRUÇÃO DA EUROPA E A CONSTITUIÇÃO DE ORGANIZAÇÕES POLÍTICO-MILITARES
Após a Segunda Guerra Mundial os EUA e a URSS tornaram-se nas duas Superpotências Mundiais. A Europa Ocidental contou com a ajuda do Plano Marshall para a sua reconstrução e a Europa de Leste inseriu-se no COMECON liderado pela URSS. Em paralelo formaram-se dois blocos militares antagónicos: a NATO ou OTAN (Organização do tratado Atlântico Norte) e o PACTO DE VARSÓVIA. Esta política de blocos deu origem a um clima de Guerra Fria.
A RECONSTRUÇÃO DA EUROPA
A Europa, arruinada e endividada, saiu profundamente abalada da Segunda Guerra Mundial. Os EUA desenvolveram então um plano de ajuda para a reconstrução dos países europeus.
Em 1948, o presidente Truman aprovou um programa para a reconstrução dos países da Europa Ocidental, devastados pela guerra. Esse programa viria a ser conhecido por PLANO MARSHALL – nome do general americano que se distinguiu na proposta e na defesa desse plano.
     Os principais objectivos deste plano eram:
      - ajudar economicamente a Europa Ocidental, reconstruindo as indústrias e reativando o comércio;
       - reforçar a posição dos EUA como superpotência e a sua hegemonia que já se fazia sentir desde o fim da Primeira Grande Guerra;
       - evitar o avanço do Comunismo: uma Europa debilitada poderia ser um campo aberto à entrada do Comunismo e da influência Soviética.
2.2.4. UM EQUILÍBRIO GEOPOLÍTICO INSTÁVEL                                                                     
A URSS recusou-se a ser beneficiária do Plano Marshall e convenceu os governos dos países da Europa de Leste a fazerem o mesmo. Em contrapartida, em 1949, a URSS constituiu com os países do Leste Europeu o Conselho de Assistência Económica Mútua – COMECON.
A Europa passou assim a estar dividida em dois blocos.
Cada um dos blocos procurou reforçar-se económica, política e militarmente:
     - economicamente, o Bloco Ocidental beneficiou do Plano Marshall, e a Europa de Leste do COMECON;
     - militarmente, foi criada, em 1949, a NATO ou OTAN (Organização do Tratado             Atlântico Norte); em 1955, o bloco de Leste responde com a criação do Pacto de Varsóvia;
     - politicamente, acentuaram-se as tendências da democracia e do capitalismo no ocidente e do socialismo... no leste.
Esta oposição alastrou-se para além da Europa. Na Ásia, os comunistas, liderados por Mao tsé-Tung, implantaram a República Popular da China em 1949. Também na Coreia do Norte e na Indochina se implantaram regimes comunistas, na década de 1950.
A formação dos blocos levou a uma situação de tensão militar, ideológica e diplomática permanente. Esta tensão permanente gerou um clima internacional que ficou conhecido por Guerra Fria.


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